sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Ana Linda - O Final - Carla Pepe


Ana Linda - O Fnal 
By Carla Pepe


Depois daquela esfregação toda naquele corpo maravilhoso, Jorge resolve jogar toda seu método para o ar e sugere para Ana saírem dali para um outro lugar. A moça faz cara de espanto mas logo aceita o convite do sistemático rapaz. Ele paga a conta da água tônica e descobre que ela já tinha pago seu drinque. Mulher independente! Até nisso ela rompia seus métodos de cavalheirismo. Hoje, pelo menos ele tinha lembrado de trazer sua própria proteção.

Eles saem do bar e entram no táxi, já entre abraços, beijos, pernas e braços. Jorge se arrependia de não ter um carro para possuir Ana ali mesmo. Como deveria ser bom te-la dentro do carro sugando-o todo. Aquela mulher o levava a loucura. Ele pensava em coisas que nunca tinham passado pela sua cabeça.Ao chegarem no discreto hotel, rapidamente sobem ao quarto e já vão arrancando as roupas. Ele enlouquece ao ver a calcinha fio dental. Aquela mulher pequena e grande ao mesmo tempo. Independente, sensual e totalmente entregue. Ele a pega por trás e lá se vão os dois, perdidos em si mesmos. Dois se tornam um: sem limites, sem fronteiras, sem amarras, sem sujeição. Apenas fogo e paixão numa noite quente de tesão.

E assim foi a noite toda até que os dois exaustos gozo e êxtase apagaram. Jorge despertou assustado, depressa olhou para o lado encontrando Ana ao seu lado dormindo. Sua mente, como sempre, estava repleta de dúvidas. Era um homem pensante demais. Queria saber no que aquela relação ia dar. Se eram namorados ou quê. Queria saber mais sobre ela, o que ela fazia, quantos anos tinha, no que trabalhava, quais filmes gostava. Mas eles tinham que ir, se arrumar e sair. Ele a acordou e a convidou para tomar um café. Ela gentilmente aceitou o convite do rapaz. E lá foram eles em busca de um lugar para um café da manhã em pleno domingo no Centro da Cidade, ambos vestidos com roupa de sábado a noite.

Ana conta a Jorge que tem 40 anos, é professora de Geografia numa escola na periferia da cidade, faz aulas de dança moderna para manter uma vida saudável. Vive só e quer se manter assim. Gosta da sua liberdade de ser dona do sua própria vontade. Jorge conta para Ana que é metódico, trabalha com Tecnologia da Informação numa empresa próxima a praia, ainda mora com os pais e quer se casar mesmo que já tenha passado um poucos dos 35 anos. Eles passam a manhã papeando sem pressa alguma de ir embora. Ele insinua varias vezes um novo encontro, um compromisso. Ana deixa claro sua liberdade, sua ética consigo mesma. Talvez se esbarrassem novamente. Talvez dançassem novos tangos, novos ritmos. Por enquanto, ela preferia seguir em frente na linha do horizonte. Ana linda, sempre linda, tão sua, tão livre.







quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Sobre ela - Carla Pepe

Uma pausa na Ana Linda

Sobre ela 
By Carla Pepe

Ela estufa o peito
Vive seu jeito
Ela quer ser feliz.
Ela seduz a vida
É gata atrevida.
É mulher meretriz.
É santa e atriz.

Ela desce a ladeira
mexendo as cadeiras.
De minissaia, decote e batom.
pois sabe o que é bom:
Um beijo, um abraço e um som.

Ela sofre, lamenta e chora.
Os meninos de outrora.
As crianças de agora.
A esperança que foi senhora.
A tristeza que não vai embora.

Ela sacode a poeira da saia.
E cai na gandaia.
Dando sorriso para rapaziada.
Rebolando alforriada
A liberdade conquistada.
Pois sabe que é dona do próprio nariz.




Ana Linda - Parte 3 - Carla Pepe

Ana Linda - Parte 3
By Carla Pepe

Ela sai correndo do chuveiro para atender o celular e vê o numero desconhecido. Ouve a voz do outro lado e reconhece ser dele, do homem com quem tinha passado a ardente noite. Ela responde ofegante e eles ficam conversando. Eles tinham uma sintonia de quem se conhecia há anos. No final, marcam um novo encontro para sábado num novo barzinho alternativo à meia luz com musica de vanguarda. Ana desligou o telefone animada já escolhendo a calcinha de renda fio dental que usaria no sábado.

Jorge desligou o telefone incerto de sua decisão de continuar aquela história. Estava tudo indo rápido demais. Confuso demais para ele que tão metódico, tão certo nas coisas que fazia em sua vida. Ele sabia sempre o que ia fazer. Da hora que acordava até o momento em que ia dormir. Estava tudo sob controle, com exceção de ontem. Até seus namoros tinham sido previstos: Sara, Cristina, Vivi. Todas ele tinha paquerado, saído, namorado para depois transarem. Nada como quinta-feira. Só uma coisa ficara sob controle: a proteção. Porque até isso a danada da garota tinha na bolsa. Jesus! Só de pensar nela, ele já ficava fora de controle. Mulher fora da linha!!! E o seu celular? Vibrando mais que qualquer coisa. Os rapazes estava fora de si. Mas ele preferia ficar em silêncio. O que diria? Contaria como foi? Não diria nada?

Enfim, o sábado chegou. Jorge chegou 15 minutos antes como era de seu habito nos encontros. Tinha se arrumado, calça jeans, blusa, perfume, deixara a barba meio por fazer, era seu novo estilo.Sentou no bar e pediu uma água tônica. Dessa vez queria estar sob controle. Ana caminhava tão rápido quanto era possível com seu sapato vermelho de salto. O vestido vermelho justo novo também não ajudava. Estava atrasada como de habito. Tinha ficado se arrumando. Resolvera colocar o conjunto branco de lingerie fio dental branco mesmo que sua bunda ficasse enorme nele e os seios maiores ainda. O vestido vermelho com o decote em V ficara um arraso e agora andava a passos lentos. Mas os olhares que atraia faziam valer os esforço, pois esperava que Jorge também gostasse.

Jorge esperava por ela impaciente, quase se afogando em água tônica. De repente seu olhar é atraído para uma dama de vermelho. Surge ela, Ana linda, poderosa, grande, num vestido vermelho. Ela não fazia seu tipo de mulher: era gorda, de seios grandes, bunda grande, com barriga. Mas era tão sensual, tão cheia de presença, que ele esquecia de tudo quando ela aparecia. Ele tinha certeza de que ela era o tipo de qualquer homem. Ela era inteligente, sagaz, bem-humorada e atrasada. Aff muito atrasada!!!

Ela se aproxima e percebe a irritação de Jorge. Não sabe se com seu atraso, com sua roupa, com o lugar ou com o que. Mas se o negócio é jogar, a bola está em campo. Ana resolve usar todas as suas táticas e parte para o ataque. Puxa Jorge para si mesma, cola seu corpo no dele e tasca-lhe um beijo naquele ambiente a meia-luz. Um beijo ardente e tão colado que Jorge quase sente o ventre úmido da deliciosa mulher. A vontade dele é primitiva: pegar Ana nos braços e tirar daquele lugar e levar para o primeiro quarto que encontrar.

Ana sentindo o poder da atração se afasta mais que depressa, senta no bar, cumprimenta o barman e pede uma Vodka. Eles começam a conversar e a vontade de ficar mais perto vai crescendo. Mas dessa vez, ela havia resolvido ir com calma com o menino. Não tomaria a dianteira. Deixaria que ele sugerisse. Jorge fica ali também a espera de ver o que Ana fala. Ele já tinha tocado em suas pernas, suas mãos já tinha até escorregado por dentro do vestido mas nada dela sugerir saírem do lugar à meia-luz. Jesus! Ele estava enlouquecendo. Mulherzinha terrível!!!

Ela diz que vai ao banheiro e pede que ele a acompanhe. Na saída do banheiro, ela encosta na parede e lhe dá um beijo, desses que ele quase sente a alma. Jorge, então, sente quase nada de calcinha. E quase morre de ataque do coração. Que mulher é essa!!! E agora? Ele ia ficar naquilo a noite toda com ela? Porque ela não ia sugerir nada, parecia estar brincando com ele pelo modo como sorria e contava historias a noite toda. O que ele faria? Manteria seu método? Sair, namorar, passar um tempo? Como resistir? Aff mil vezes Aff...

E vamos a parte final...Aguardem














quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Ana Linda - Parte 2 - Carla Pepe


Ana Linda - Parte 2
By Carla Pepe

Ana estava ali com seu corpo nu e o coração acelerado pensando no que fazer diante do recuo de Jorge. Tomou um gole da cerveja que tinham pego no frigobar, encheu-se de coragem e perguntou se ele preferia ir embora. Como se tivesse entendido que tudo iria pelo ralo e perderia a fogosa mulher, Jorge acordou de sua perplexidade. Pegou Ana de jeito e sem que ela conseguisse dar resposta, a agarrou e a beijou com sofreguidão. Ela reagiu imediatamente aos beijos do rapaz e encostou seu corpo no dele numa dança sensual de sedução.

Jorge pegou Ana de todos os jeitos possíveis: em pé, de quatro, de joelho. Ele buscar absorve-la de todas as formas. Ela o sorvia em todo seu corpo, sua alma e cadência. Sem freio, sem amarras, sem pudores. Eram mãos, bocas, pernas, seios, coxas. Ele explorava cada curva do corpo dela como dançarino de tango argentino. E ela correspondia como a melhor parceira que podia existir numa entrega total. E assim a dança durou a noite toda até que desmaiassem exaustos.

Ele acordou sentindo as pernas bambas da noite de lascívia.Que mulher era aquela! Danada demais! Sem freios demais! Tudo nela era demais!

Ele a procurou ao lado da cama e ela já não estava.Tentou ouvir se estava no banheiro e também não estava. Num papel próximo ao frigobar havia rabiscado como que rapidamente um numero de telefone e a assinatura do nome: Ana.E agora o que ele fazia? Ligaria? Quem seria ela? O que falaria aos rapazes no trabalho?  Por enquanto tomaria um banho e iria para casa.

Enquanto isso, em casa Ana pensava em Jorge e na noite que tiveram. Que noite foi aquela! Ele era meio hesitante, mas correspondia bem as suas investidas. Tinha um corpo gostoso, uma pegada boa, um beijo na nuca que enlouquecia. Tomara que mandasse alguma mensagem marcando um novo encontro. Por enquanto ela ia seguindo a vida. Quem sabe Jorge ligasse numa próxima 5a. feira. Ai que bom seria. Só de pensar já ficava com vontade de...bem...ia tomar uma ducha.

O celular tocou enquanto ela estava no chuveiro. Ela correu e viu que tinha mensagem. Será que era ele?

Como será o desenrolar dessa história. Seria apenas uma história fugaz ou um caso de amor?
Aguardem a parte 3...


Ana linda - Parte 1 - Carla Pepe


Ana linda - Parte 1
By  Carla Pepe


Ela passava por eles sempre e de um tempos para cá andava diferente. Parecia mais bonita, antes era tão comum. Eles não sabiam dizer o que era, não era dessas belezas de academia. Ela tinha um corpo avantajado, seios fartos, sua barriga saliente, suas coxas grossas e quadris largos. Mas tinha um quê de ousadia, de seriedade, de determinação. Ela usava sempre minissaia, short curto, sutiã com alça aparecendo, blusinhas coloridas e muitos decotes. Os rapazes - uns amigos que trabalhavam perto da praia e no final do expediente sempre às quintas-feira batiam ponto no bar da esquina. Aproveitavam e ficavam ali só expiando meninas passarem na volta da praia.

Naquele dia, a bolsa dela arrebentou e tudo foi ao chão. Jorge rapidamente foi acudir a moça na tentativa de recuperar os verdadeiros tesouros que cabiam na bolsa de uma mulher. Ela logo lhe dá o mais lindo e sensual sorriso que ele já tinha visto. Ana tinha achado Jorge bem charmoso e quem sabe rolasse alguma coisa entre eles. Ela já tinha notado os olhares dos rapazes sobre ela e ele era o que mais a atraia. Não sabia dizer o que no rapaz a atraia, mas ele tinha algo que chamava atenção. Era um homem comum desses que merece um segundo olhar, mas ela gostava de homens comuns.

Ele a chama para beber um refrigerante e ela aceita. Eles caminham até o bar e sentam numa mesa no canto sob os olhares atentos dos amigos. Ela acaba trocando o refrigerante por uma cerveja e ficam ali bebericando e conversando. Suas mãos se tocam suavemente. A mão dele escorrega lentamente para sentir a perna desnuda dela. Naquele dia, ela estava de minissaia colorida e blusa preta. Ela discretamente pegou logo o batom rosa e aplicou no lábio.  Ela sente a vibração entre eles e o chama para saírem dali e irem para algum outro lugar.

Eles pegam um táxi e se beijam. Uma explosão de volúpia e paixão acontece entre eles e quase se rendem ao desejo que os consome ali mesmo. Sem que Ana soubesse como eles acabam num discreto hotel próximo ao bar e se entregam a noite. Mãos, pernas, bocas, seios, ventre, falo. Foi tudo tão impressionante que Jorge nem sabia o que fazer com aquela mulher. Por onde começar, por que caminhos ir naquele corpo tão entregue, tão submisso. Jesus que mulher era aquela? Seria alguma pegadinha? Talvez fosse melhor parar, mas como dizer isso para ela? Ana sente a hesitação de Jorge e fica insegura. Será que ele não gostara do seu corpo nu? Era grande demais? Seios grandes demais? Bunda? E agora o que faria? Ir embora? Como sair dessa situação constrangedora?





Qualquer hora - Carla Pepe

Qualquer hora...
By Carla Pepe

Com você em qualquer hora.
Com você só se for agora.
Há urgência no querer.
Há pungência em te ter.
Apenas uma vez mais.
Seja sagaz e venha rapaz.
De dia, de noite...
Qualquer dia da semana.
Em cima da cama.
Ou em outro lugar.
Só quero te amar.
Sentir teus beijos molhados,
Teu corpo suado.
Deixar teu beijo marcado.
Vem que eu te quero...
não me deixa passar.
porque amanha
talvez seja tarde
para gente se amar.


terça-feira, 27 de outubro de 2015

Toda mulher é linda

Toda mulher é linda
By Carla Pepe

Somos todas lindas
Com seus seios fartos
ou estreitos matos.
Em largas cadeiras
ou estreitas madeixas.
Magras ou gordas.
Altas ou baixas.
Santas ou Gueixas.
Loira ou negras.
Gentis ou grosseiras.
Somos todas lindas.
Essências de Maria.
Inocência da Carolina.
Rebolado de Valesca.
O sofrimento de Severina.
Toda dor da mulher.
Somos todas lindas.
Com quilos a mais ou a menos.
loucas ou sãs.
Em lutas claras ou vãs.
Com ou sem sutiã.
Com decotes e minissaias.
Peladas na praia.
Somos todas lindas.
Quando nos amamos.
Nos cuidamos.
Nos queremos.
Nos amparamos.
Nos entendemos.
E simplesmente vivemos




segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Poeminha de todo dia - Carla Pepe


Poeminha de todo dia 
By Carla Pepe


2a feira é dia
3a feira também
4a feira pode ser
5a feira com certeza vou ver você
6a feira é dia também
Sábado também é dia
E domingo domingo é dia também
Todo dia é dia de amar.
Todo dia é dia de vadiar.
De se ajoelhar.
De se deitar.
e de se lambuzar.
E de quem sabe recomeçar...
Todo dia é dia...



A Porta - Carla Pepe

Porta
 By Carla Pepe

Fecho a porta, giro a chave.
Lá dentro ficam sonhos, mundos, risos.
Ficam também lágrimas, gritos.
Fecho a porta, olho para trás.
Te vejo sorrindo e dizendo não vou atrás.
Te vejo acenando mandando seguir.
Pedindo para eu não desistir.

Sigo sem esmorecer.
Não me deixo abater.
Eu caio, levanto.
Se canso me sento,
Mas logo levanto, sem desalento.
Aquela porta não se abre mais.
Lá fora ficaram aqueles que não verei jamais.

Mas outras portas hão de abrir,
E eu sei que vou voltar a sorrir.
Um dia, uma porta a mais, vou abrir
E sorrir, sorrir, sorrir.
E nesse dia, poderei enfim recostar

E sentir o vento suave do amar. 


A Casa - Carla Pepe

A casa
By Carla Pepe


Lá no fundo do quintal ficava a casa.
Tinha uma cor indefinida, um descascado na pintura
As janelas empenadas.
Feita de tijolo e cimento, não tinha nada demais.
Mas trazia lembranças de uns tempos atrás.
Tempos de sonhos
Tempos bisonhos.
Tempos de fantasia e nada mais.
A casa guardava lembranças.
De andanças.
Das mudanças.
Das inseguranças.
Da família que busquei.
Dos laços que achei.
O engraçado é que lá pouco morei.
Mas o pouco, pareceu eterno, pois foi lá que deixei....
Enterrado no fundo do quintal...meu coração,
Que chora de saudade...
Saudade da mãe,
Saudade da vó,
Dos sonhos perdidos,
Dos esquecidos.
Do porto seguro,
do retorno garantido.
Do ombro amigo e do sorriso preciso.

A casa que sempre pareceu me tragar.
Foi também sinal de liberdade, de mudança.
Da possibilidade de outra vida.
De escapar, de fugir, de enfrentar.
Hoje a casa deixa de ser concreta
Para ser infinita.
Deixa de ser bonita, para ser linda.
Deixa de ser casa, para ser...vida





A Noite é nossa - Carla Pepe


A noite é nossa
By Carla Pepe

O peito arfa só de pensar em te ver
Meu lábios desejam sentir os teus.
Meus dedos procuram teu corpo.
Eu te quero.
Só você e ninguém mais.
Essa noite e nenhuma mais.
Sob a luz da lua e toda nua
Nada mais.
Você vem?
Te espero.
Quem mais?
A noite é nossa.
De ninguém mais.



Espelho, espelho meu - Carla Pepe



Espelho, espelho meu
By Carla Pepe


De frente ao espelho
Ela se despe 
Alma e reflexo.

Concavo e convexo.
Sem medo.
Sem freio.

Sem arreio.
Contornos e curvas.
Delícia nua.
Em uma oração
Agradece em prece
Seu sexo
Sua matriz
Sua cicatriz
Seus seios fartos

Nos grandes braços.
Sua boca carnuda
Sua pele desnuda.
Sua barriga saliente
Suas nádegas envolventes
Sem medo se vê
Reza o amor e crê
Em si
Nos grandes abraços
Nos gostosos amassos
O espelho responde

E ela sorri
Enfim se vê
Toda Crua.
Tão sua.
Enfim...




domingo, 18 de outubro de 2015

Nasci assim - Carla Pepe


Nasci assim 
By Carla Pepe 

Eu nasci da pedra e do aço. 
Das flores e do maço de jasmim. 
Vivo e sempre renasço. 
Nos beijos molhados.
No abraço apertado. 
No sorriso de carmim. 
Nas noites de paixão. 
Na partilha do pão. 
No olhar sem fim.
Me lanço destemida. 
Serei gentil bailarina. 
Mas também sofrida Severina. 
Pois vida que é vida 
É duelo de amor e de fé. 




sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Uma taça de vinho - Carla Pepe


Uma taça de vinho
By Carla Pepe


Uma vinho na mesa.
Um taça vazia.
As roupas espalhadas na sala.
Ele e ela na pia.
Gemendo de prazer.
Naquele encontro fugaz.
Luxúria, liberdade e ledice.
Gozo, folguedo e meninice.
Naquele encontro cheio de tolice.
Outra taça de vinho vazia.
E a dança começa outra vez.



Quero você - Carla Pepe


Quero você
By Carla Pepe


Quero você sem pressa...
Devagar.
Quero você sem sentido...
Para amar.
Quero você sem juízo...
Para desfrutar.
Do teu corpo.
Do teu cheiro.
Quero me lambuzar
do teu néctar.
Te sugar até o fim.,
Saciar a vontade de estar com você.
Enfim, só para mim.




quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Em compasso de espera - Carla Pepe


Em compasso de espera
Carla Pepe

Ansiosa ela queria mais
Sua mão, seu toque.
Seu beijo, seu cheiro.
Seu choque.

Ele a fez esperar.
Sussurrar.
Relaxar.
Se aproximar.

Apressada..
Ela só queria se entregar.
E gozar.
Desfrutar.
Apreciar.

Um passo e aconteceu...
Ela gemeu..
Ele tremeu..
Surpreendeu...

Ela e ele.
Ele e ela.
Duas chamas.
Duas amas.
Uma cama.
E só.




segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Saudades da infância - Carla Pepe

Saudades da infância
By Carla Pepe

Que saudade do meu tempo de infância
Dos colos da mamãe
Dos almoços de domingo
De falar alto e parecer que estamos discutindo.

De brincar de boneca e casinha. 
De queimado e carniça.
Pera, uva, maçã ou salada mista. 
De tomar banho de mangueira na vizinha. 

Dos passeios de carro com o papai.
De ir pra escola e estudar, aprender.
De não me preocupar com mais nada. 
Nem comigo, nem com você. 

De ver minha irmã chegando da maternidade.
De ver ela entrando no meu uniforme. 
De ver minha mãe fazendo bordado
De ler Sabrina bem de tarde.

De passar as noites de verão no portão da rua rindo. 
De não precisar ter chave da porta. 
De ouvir o cachorro latindo.
De saber que a vida é meio torta.

Saudade, quanta saudade. 
Do vovô, da vovó. 
Do café requentado com bolo de fubá. 
Do doce de banana e do cajá. 

Das canjas de galinha e dos cafunés. 
Dos banhos de piscina na laje. 
De falar sacanagem. 

Ai que saudade 
Quanta saudade...
Tudo vai ficando na parede de outrora. 
Nas memória que eu guardo agora.
E eternizo nos meus três tesouros de aurora...



sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Ela é linda - Carla Pepe

Ela é linda
By Carla Pepe

Ela é linda? Como assim?
Como seu batom carmim.
Como sua barriga trampolim.
Ela é sexy.
Em seu sorriso cheio de promessas
De noites quentes e urgentes.

Ela é misteriosa.
Em seus seios fartos
que pulam nos decotes
Querem uma noite de fagote.

Ela é acolhimento.
Em suas coxas grossas
que envolvem e submetem
e prometem noites sem limites.
Cheias de tolices.

Ela é linda
em suas blusinhas demodê.
Que deixam os braços grossos aparecer.
Ela não está nem aí para mim ou para você.
Ela anda pela vida a aparecer.

Ela é linda
sem filtro.
sem padrões.
sem limites.
sem rótulos.
Ela é simples.
Ela é.




quarta-feira, 7 de outubro de 2015

É preciso manter o foco - Final - As mentes By Carla Pepe



É preciso manter o foco - Final - As mentes 
By Carla Pepe


Ele ligou para ela diversas vezes. Não tinha seu endereço. Tudo que sabia sobre ela resumia ao numero do celular, algumas coisas sobre seus projetos de trabalho, o gosto de sua boca e do seu corpo. Também sabia que não conseguia tirar ela do pensamento. Mas ela não respondia suas mensagens, nem atendia seus telefonemas, talvez estivesse viajando novamente. O que ele gostaria é de vê-la de novo. O que ele podia fazer era continuar sua rotina, afinal estava retornando ao trabalho e isso o ajudaria a manter o foco.

No aeroporto, ela voltava de mais uma viagem de trabalho. Tinha tido dias intensos de muitas reuniões e relatórios. O novo projeto andava ocupando mais tempo do que ela imaginava. Por isso, não atendera as ligações dele nem respondera suas mensagens, ela precisava manter o foco no trabalho naquele momento. Estar com ele tinha sido fantástico, mas esse projeto era muito importante. Ela andava se sentindo muito diferente desde que estiveram juntos, como se tudo fosse possível, como se ela fosse uma mulher maravilha. Quando voltasse ao Rio, o procuraria e quem sabe se encontrariam. Mas agora era impossível.

Enfim tinham trocado mensagens e marcado um novo encontro. Ele havia pensado mil vezes em desmarcar. Era loucura seguir com aquilo. Não se conheciam, não sabia o que queria com ela. Nem sabia quem era ela direito. O melhor era inventar um desculpa e desmarcar. O dia tinha sido realmente péssimo: seu joelho doía, o retorno ao trabalho estava sendo difícil, se aborrecera com sua ex-mulher. Por fim, como não conseguira falar com ela decidira manter o compromisso. Dessa vez, marcara de pega-la e iriam direto a um discreto hotel, esperava que conseguissem conversar. Ele não queria pressionar, mas gostaria de saber quais seriam os próximos passos entre eles.

Ela estava, de novo nervosa e pensara, por diversas vezes, em desmarcar. Estava atolada de trabalho e relatórios para entregar. Mas algo a impulsionava para ele, queria muito ver o que era essa química entre eles. Testar de novo como era estar junto dele mesmo com todos os receios que habitavam seu coração. Sabia que não tinha tempo para relacionamentos agora. Queria algo efêmero. Mas, novamente se arrumara com esmero: vestido vermelho com um profundo decote que permitia ver generosamente o colo, lingerie de renda verde escuro com detalhes em preto, sapato dourado, batom rosa, cabelos levemente presos deixando a nuca aparecer. Ela viu o carro dele na esquina e caminhou lentamente em sua direção.

Ele a viu de longe e a prendeu a respiração. O vestido vermelho que ela usava era de matar seu coração. Seu andar lento, sua boca pintada de rosa, seus seios fartos, suas coxas grossas e todas as promessas que ele via naquele corpo lhe enrijeciam. Mas era preciso se segurar, pois ele queria calma naquela noite. Ela entra no carro e quando seus corpos se tocam toda calma exercitada se esvai como que por encanto. Eles se tornam um ali mesmo no carro. A paixão que os consome não tem hora nem lugar. Ela suga-lhe a boca como se quisesse tomar-lhe a mente. Ele lhe pega os cabelos como se quisesse possuir sua alma. E eles se entregam a paixão arrebatadora ali mesmo no carro sem pensar na exposição. Dali vão para um hotel sem que ela soubesse como. E a noite continua com uma urgência de entrega.

Ele a toma por trás e pela frente, por cima e por baixo. Ela o suga como se não houvesse amanhã. Ele se perde naquele corpo volumoso, naquela entrega luxuriante. Ela se perde nos beijos dele e o enlouquece de volupia e prazer. E assim eles desmaiam sem ver a noite e o dia amanhecer. Quando ela se dá conta, o dia já chegou e eles não conversaram sobre nada. Talvez fosse isso que eles tinham. Essa paixão louca que lhe suga o corpo, a mente, o seio. Que lhe possui o ventre, que deixa a mole a coxa. Ela olha mais uma vez para ele deitado na cama e resolve ir embora, quem sabe se falariam novamente e marcariam novos encontros...quem sabe...bom...o amanhã é que revelaria..mas hoje...hoje ela iria descansar.













segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Permito-me By Carla Pepe


Permito-me
By Carla Pepe 


Permito-me ser quem eu sou...
Usar batom.
Beijar a boca
curtir o som.
Deixar a mão
entrar na coxa
sentir o prazer da tua boca na nuca
Deixar sair o som.

Permito-me usar decote,
exibir meu entrecorte.
Deixar meu cheiro na tua mão.
E lamber tua pele.
Sugar teu nectar.
Me lambuzar.
Embriagar-me na tua essência.
Afogar-me na tua existência.
Morrer de prazer.

Permito-me ser livre,
para ser quem eu quiser.
Mãe, princesa, Maria.
Dama, femêa, vadia.
Velha, gostosa, menina.
Amante, espanhola, mocinha.
Bruxa e a  fada-madrinha

Permito-me ser eu mesma,
sem filtro, sem rótulos,
sem lacres, sem prazo de validade.
Eu e minha legitimidade.
Sou autêntica. Única.
Surpreendente.
Sou feita de gente.
Centelha divina com pele de menina.
Carente e independente.
Lutadora fervorosa.
Crente ardorosa.
Amante luminosa.
Sou fogo, sou ar, sou água, sou terra.
Sou mulher.









sábado, 3 de outubro de 2015



É preciso manter o foco - Parte 3 - Os corpos
By Carla Pepe

Eles haviam marcado na porta da cervejaria. Ele chegou um pouco da hora marcada e o lugar já estava cheio. Era Happy hour e o espaço fervilhava de gente jovem e animada.  Se arrependia da escolha, afinal deveria ter optado por um lugar mais intimista aonde pudessem conversar com mais reserva.  Mas o lugar surgira rapidamente, uma vez que eles haviam trocado meia duzia de palavras por mensagens. A decisão de se encontrar veio para ver o que aconteceria entre eles. Ele estava na espera de vê-la chegar. Consultou o relógio e viu que ela estava um pouco atrasada. 

Ela vinha caminhando devagar, estava ansiosa e muito nervosa. Tinha demorado mais tempo para se arrumar e acabara se atrasando um pouco. Tinha consciência de que era uma mulher fora dos padrões de beleza , estava acima do peso, era baixa e de rosto comum. Resolvera caprichar no visual, optara por um vestido preto de alças com um generoso decote que favorecia os seios fartos e disfarçava os quadris largos e as coxas grossas, usava sandálias finas nos pés. Pusera um novo batom magenta, sombra nos olhos e notas do seu perfume predileto. A lingerie era nova, decidira comprar um novo conjunto de renda vermelha que ficara realmente muito sensual no seu corpo volumoso, dando destaque ao que valia a pena ver. Ela o avistou na porta da cervejaria.

Ele a viu de longe:  o tempo parou de girar, o ar faltou aos pulmões e as pessoas ao redor ficaram em segundo plano. Ela estava arrasadora, tinha uma sensualidade natural que exalava em cada movimento. Ele conseguia ver o contorno dos seios, a alça vermelha do sutiã, as coxas pela fenda no vestido. Jesus! Ele já estava louco só de pensar no que poderia acontecer entre eles. Maldição! Por que marcara naquele lugar tão barulhento e tão cheio? Neste momento, tudo que gostaria era de tê-la só para ele, para toca-la, beija-la e tirar seu batom. Como que interrompesse seus pensamento, ela se aproxima e ele pode sentir o perfume  e a sensualidade do momento. Ele sugere que possam ir a um outro lugar, uma vez que aquele está cheio e não há vaga disponível. Ela aceita a sugestão imediatamente.

Lado a lado eles caminham pela rua. Ela deixa que ele decida qual seria o lugar aonde tomariam a cerveja. Ela lhe conta sobre seu novo projeto de trabalho e ele fala da sua recuperação da cirurgia e do retorno as atividade diárias. De repente, um novo esbarrão faz com que seus corpos se encontrem e aí um explosão de sentimentos acaba por acontecer. Ele a puxa para si e a beija com sofreguidão, ela corresponde. As mãos dele procuram avidamente seu corpo e ela não consegue mais pensar em nada. Seu corpo corresponde quase que naturalmente aquela paixão que a consome por dentro.

E assim, sem que ela soubesse como, eles vão parar num quarto de hotel. Lá protegidos pela privacidade seus corpos podem enfim se entregar ao fogo que os consome. Se fundem em um só num estrondo de prazer. As mãos dele percorrem seu corpo como um caminho já conhecido. A boca dela percorre o corpo dele como se quisesse extrair o nectar mais puro. E assim, eles passam a noite numa paixão avalassadora: mãos, pés, boca, seios, coxas e todo corpo são completamente entregues um ao outro. Ela faz coisas com ele que o enlouquecem. Ele se surpreende com a entrega dela numa primeira noite de paixão.

A noite dá lugar ao dia e ela desperta se dando conta de tudo que aconteceu. Como pudera se entregar daquela forma. Nunca tinha acontecido aquilo na sua vida. Quais seriam os próximos passos? O que esperar? Ela não tinha tempo para compromisso sério. Mas eles nem tinham discutido nada. Na verdade, eles não tinham nada, a não ser aquela paixão que era fogo que ardia sem que se conseguisse ver. Ela decide se levantar e silenciosamente ir embora.