terça-feira, 9 de agosto de 2016

Obra-prima - Carla Pepe

Obra prima
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Linhas 
Curvas
Olheiras
Celulites
Cicatrizes
Madonna
Vênus de Milo
Seios flácidos
Bunda
Coxa
Ventre
Grelo
Pelos
Sexo
Musa
Medusa.
Estria
Vadia
Maria
Morena
Pequena
Quero te beijar.


Ela - Carla Pepe

Ela
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Fragilidade 
Vitalidade
Força
Masculinidade
Feminina
Pura adrenalina
Alta voltagem
Mulher de candura e vontade
Gosta de vadiagem
Sol
Lua
Mistério
Transparência
Nudez
Carência
Honradez
Decência
Difícil de explicar
Com ela o melhor
É experimentar!


Morena-flor - Carla Pepe

Morena-flor
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Ela se debulhava em lágrimas. 
Chorava por tudo,
Chorava porque chegava
Chorava porque ia.
Chorava porque gostava.
Chorava porque sorria.
Ela sentia o mundo.
Chorava porque amava.
Chorava porque sofria.
Chorava porque gozava.
Chorava porque gemia.
No coração tinha um jardim.
Cabia flores de todos jeito.
Rosa, Violeta e até Jasmim.
A morena não tinha jeito.
Só queria um pouco de amor e respeito.
Que descobriu olhando no espelho.
Quando viu seu reflexo de esguelho.
E aí chorou, porque se deparou com a beleza
da mais fina flor do jardim do criador.
Era ela, sim senhor.


Desnuda - Carla Pepe

Desnuda
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Nua
Ela desnudava a alma
feito poesia.
Nua
Ela caminhava na vida
feliz com sua alforria.
Nua
Ela contava sua verdade,
pela rua liberdade, sem filantropia.
Nua
Ela se pintava e desfilava
grande teimosia.
Nua
Ela amava com vontade
sem heresia.
Nua
Ela era inteira, grande,
gozava em demasia.
Sem paralisia.
Pois tudo que ela queria na vida.
Era desnudar-se afinal.


Cheiro - Carla Pepe

Cheiro
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Quero teu cheiro.
Esse teu cheiro de homem.
Homem suado.
Marcado.
Quero teu cheiro no meu corpo.
No meu ventre.
Na minha nuca.
Na minha bunda.
Esse cheiro de sexo.
De nexo.
De reflexo.
De anus.
De ônus.
De tônus.
Quero teu cheiro no meu.
Acorda sentindo você.


Morena do tempo ruim - Carla Pepe

Morena do tempo ruim
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Ela é mulher da vida.
Guerreira aguerrida.
Uma louca tempestade.
Mulher de cumplicidade.
Sente infinitivo.
Geme no primitivo.
Verdade no cognitivo.
Intensa no sensitivo.
Seu sorriso é sensual.
Seu olhar é carnal.
Morena do tempo ruim
boca cor de carmim.
Ela é intensa.
Gosta de uma prensa.
Ás vezes a discussão com ela é tensa.
Mas no final garanto, ela compensa.
Afina, seu beijo é a melhor recompensa.


O espelho nosso de cada dia - Carla Pepe

No mundo atual está cada vez complexo ser diferente. A busca por modelos é fundamental para a existência humana. Queremos sempre pertencer a um grupo: família, amigos, igreja, comunidade. E nessa procura incessante vamos tecendo estereótipos: a inteligente, a gostosa, a magra, a burra, o engraçado, o grosso, o gordo, o lesado, o lerdo e assim por diante. Para os que rejeitam esses papéis, resta o vazio dos lugares não-comuns, a estranheza do não pertencimento. Fica então a caça pelo amor próprio tão necessário ao existir para se fortalecer e dizer a que veio aos grupos e assim poder gritar frente ao espelho a tão sonhada frase: "espelho, espelho meu existe alguém no mundo mais bonita do que eu?". E mais importante, não ter medo que a resposta seja: "existe a magrela da branca de neve".
O culto à magreza é do século XX e advém do controle do corpo, sobretudo das mulheres. A ideia central era controlar, adestrar, higienizar, mas sob uma lógica moral travestida de moda e de beleza que levam o sujeito a crer que ele é sempre insuficientemente bom. É preciso sempre ir além, ter barriga negativa, mesmo que ele já não tenha barriga alguma. Por favor, entendam que a obesidade é sim, uma doença crônica e um problema grave de saúde pública que merece ser tratada. No entanto, deve também se entendida como multifatorial e resultado de diferentes interações tais como: genética, ambientais, culturais, sociais, econômicas.
Isso não significa que as pessoas gordas devem se esconder ou serem colocadas em guetos sociais. Seus corpos devem ser olhados como companheiros, devem ser visto com gratidão e amor. Entender sua sexualidade plena é reconhecer-se amado em todas as suas curvas e nuances. Sentir-se com poder de vestir o que quiser, seja um short curto, uma cropped, uma blusa de listras horizontais ou uma estampa floral enorme. "Suas carnes" foram feitas para serem exibidas ao sol e não para serem escondidas como se fossem proibidas, porque são uma afronta moral.
A mudança começa no processo de aceitação pessoal de si mesmo. Você muda quando olha para dentro de si com gratidão e se reconhece. Já dizia Heráclito que um rio não é mais o mesmo quando mergulhamos nele. Assim não somos mais os mesmos no instante seguinte a olhar para dentro de nós. Muitas pessoas acham que reconhecer-se gordo é conformar-se. Estão enganados. Reconhecer-se gordo, é o primeiro passo para ver o quanto o seu processo é singular, solitário e difícil. Claro que você poderá encontrar parceiros no processo. Existem pessoas muito legais, mas elas são raras.
Na real, existe uma sociedade inteira moldada numa cultura que diz que você é um fracasso e que se não conseguiu emagrecer foi porque não quis. Por isso, segure firme e seja você ! Ame-se. Reconheça o que deseja mudar e mergulhe fundo. O rio a frente com certeza não será o mesmo nunca mais. Quando emergir do mergulho e olhar o espelho a sua frente uma grata surpresa: você já não reconhece a pessoa que está a sua frente. Você mudou.


Beijos intermináveis - Carla Pepe

Beijos intermináveis
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Eu e você 
Minha boca na sua.
Sua boca na minha nuca.
Nuca nua.
Pele crua.
Molhada.
Calada.
Suada.
Querendo você.
Gozando de prazer.
Por horas e horas sem fim.
Essa noite te quero só pra mim.
Quero carícias infindáveis.
Tuas mãos imensuráveis.
Eu e você irresponsáveis.
Teus beijos intermináveis.
Tua boca dentro da minha vulnerável.
Teu membro rijo dentro de mim inimaginável.
Essa noite, eu e você, irrefutável.


Revolução - Carla Pepe

É difícil, é complexo. O preconceito está a espreita em cada esquina. As cobranças vêm de onde menos se espera e das pessoas que mais se ama. A comparação é a balança mais cruel. Nas mais sublimes fantasias e sonhos, as imagens tem outros
enquadramentos. As princesas tem outros corpos e são todos diferentes do meu. Por muito tempo desejei ser outra pessoa, encaixar esse corpo em outro, ter outras curvas.
Sou grande, volumosa, mas muitas vezes me sinto pequena. Ocupo os espaços, seja pelo riso, pelo pensamento, mas também pelas roupas, pelo sentar, pela altura da voz. E isso, as vezes faz com que me sinta menor ainda.
Mas busquei ser eu mesma, afinal não dá para ser outra pessoa. Somos o que somos mesmo que corramos de nós mesmos.
Comecei a olhar, detalhadamente, cada curva do corpo que antes eu apenas sustentava. De repente, deixei de colocar o peso na balança errada e fui colocando peso na balança certa.
As comparações ainda são inevitáveis. O preconceito ainda existe. Ainda tem gente que acha que pode dizer o que devo usar. Existem pessoas que acham que sabem qual é o melhor caminho para mim. Existem outras que querem dizer quais são as melhores dietas e que as fotos de cerveja não deveriam constar da minha pagina do feissy.
No entanto, alguma coisa está acontecendo comigo. Algo mudou no meu pequeno universo particular. Retroceder não é uma opção. AFINAL EU FIZ A MAIOR REVOLUÇÃO DA MINHA VIDA. EU ME AMO E ME ACEITO DO JEITO QUE EU SOU.
Hoje o melhor conselho que eu posso te dar é: PARE. SIMPLESMENTE PARE DE SE ODIAR. SE AME. ACEITE-SE. E VOCÊ VERÁ QUE A MAIOR REVOLUÇÃO DA SUA VIDA VAI COMEÇAR.

Conto de Amizade - Carla Pepe

Conto de Amizade
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Estavam lá, sentadas no banco da praça. 
Daquelas amizades que não se vê normalmente.
Elas conversavam.
Elas choravam.
Elas brigavam.
Sorriam.
Cantavam.
E lá estavam sentadas no banco da praça.
Banco branco, de tiras de madeira e pés de ferro.
Ficava no meio da praça bem ao lado do jardim.
A cidade inteira passava por ali.
E lá continuavam sentadas no banco. Amigas.
Cochichavam. Conversavam.
A morena sempre com um sorriso nos lábios falando, falando.
A outra ri, chora, observa. Ouve. Admira. Troca.
No banco branco da praça lá estavam as duas.
Elas andam, sentam, comem, riem, choram.
O tempo vem, o tempo vai.
Chove. Faz sol. Venta e faz frio.
E lá estão as duas.
Ah, amizade... brisa leve na dura vida.


Conto da Mulher do Caminho - Carla Pepe

Conto da Mulher do Caminho
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Eu a encontrei pelo caminho, algo nela estava diferente. Não sei dizer ao certo o que seria. Seriam os cabelos mais longos agora cheios de raios de sol? Seriam seus olhos cheios de vida ou meio nostálgicos?
Ela caminhava devagar, como se descobrisse aquele caminho pela primeira vez. Por vezes, parava para observar as flores e a paisagem. Eu não entendi. Afinal, era um caminho muito conhecido, cheio de pedras, de espinhos, pelos cantos um pouco de lama. De vez em quando, ela descobria uma queda d'Água, enfiava a cabeça e seguia
Havia algo nela que me era familiar. Não sei se os sofrimentos que via em sua vida. Se suas lindas vitorias. Não sei se eram as suas saudades. Saudades das pessoas que estavam bem mais na frente da estrada. Havia algo que me intrigava nela. Talvez fosse o perdão que eu enxergava em suas costas. Ou mesmo o imenso amor em seu peito. Ela parecia mais leve, mais jovem, uma sensualidade natural. Não era exibida. Ela era ela.
Ela tinha um cheiro diferente...um misto de orvalho com jasmim e um leve gosto salgado de lágrima. Ela era uma mulher feliz. Não daquelas felicidades idealizadas, românticas cheias de açúcar. Era uma felicidade real, concreta, ate meio debochada, meio irônica.
Eu fiquei ali tão distraída tentando saber por que caminhos ela tinha andado. Com quem ela havia encontrado. Como ela tinha se perdido e se achado. E ali sentei um pouco para recuperar o fôlego, e chorei. Choro de saudade, de tristeza, de alegria. Choro real e não amargo. Choro de gente que ri, que sofre, que sente.
E entao respirei, ergui o olhar e procurei...e finalmente a encontrei...ali no espelho refletido...aquela que eu tanto estranhei, que eu tanto busquei...enfim era eu....


Afinal o que é belo - Carla Pepe

A forma como nos enxergamos é fruto da construção da nossa psiquê. No que diz respeito a beleza, ela é construída sob padrões que não condizem com boa parte dos homens e mulheres brasileiros. O ser humano precisa de normas e talvez não consigamos nos ver livres deles. Até o plus size agora é um deles.
O que podemos com nossa capacidade criativa ilimitada é estimular a maior diversidade visível de modelos de beleza. Corpos diversos, padrões diversos: brancos, negros, altos, baixos, gordos, magros, flácidos, marombados. Afinal, até a Gracianne achou seu belo amor.
Uma dica revolucionária aos que pretendem transformar sua vida: FAÇAM AMOR. AMEM-SE ARDOROSAMENTE. SEJAM TRANSGRESSORES EM SE AMAR. AFINAL SEU CORPO É SEU COMPANHEIRO ATÉ O FINAL DA SUA VIDA.
E outra dica: coloquem as coxas de fora, a barriga, os peitos, o que quiserem. Seu corpo não foi feito para uma camisa de força. Foi feito para o amor e para a liberdade de ser o que quiser. De existir. De resistir.
Não se surpreenda se no meio desse processo todo a pessoa mais linda no espelho for: VOCÊ!!!

Oração do amor próprio - Carla Pepe

"Que eu perceba com alegria quem eu sou, sem procurar ser uma imagem que pintaram de mim.
Que eu saiba quais são meus limites e possibilidades para dizer sim ao que me traz paz e felicidade e não ao que me rebaixa e me faz mal.
Que eu me cuide com carinho e amparo e entenda minhas próprias dificuldades.
E por fim, que eu me aceite e me ame profundamente e enxergue a beleza maravilhosa que eu sou a despeito do que pensa qualquer outra pessoa. "
Assim seja !

Morenice - Carla Pepe

Morenice
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Ei moça...
você é pura poesia.
Produz em mim certa nostalgia.
Tudo em você tem uma sintonia.
Peito, bunda, cor, pura morenice.
Chega a me dar tontice.
Quando você passa, moça
provoca em mim uma fossa.
Não sou teu.
Você não é minha.
Você é tua.
E como eu te queria, morena.
Mas você só passa por mim.
E me deixa assim...assim.
Ai morena...
você cheira a jasmim.
É puro jardim.
Pena que eu não sou teu.
Você não é minha.
Você é tão sua.


Segue o fluxo - Carla Pepe

Segue o fluxo
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Há dias assim.
Dias cinza.
Dias sem briza.
Dias de coriza.
De pouca fé e ojeriza.
Segue o fluxo, moça.
Pula a poça.
Que hoje é dia de bate coxa.
De deixar a risada frouxa.
Não importa o que lhe aborreceu, morena.
O que lhe fez sentir pequena.
Você é linda.
Na ciranda, sempre bem-vinda.
Sabe rodar a saia tão viva.
Segue o fluxo, moça.
E dança o funk até o chão.
Requebra linda pelo salão.
Porque você é um grande avião.
Espanta quem lhe fez sentir um embrião.
Segue o fluxo, morena.
Dá um sorriso.
Vem cá no improviso.
Quero te ver balançar.
Segue o fluxo, moça.


Inverta - Carla Pepe

Inverta
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Inverta sua posição
Troque sua situação
Não deixe lhe fazerem submissão.
Você é moça suprema.
Um verdadeiro poema.
Linda feito Iracema.
Loira, ruiva, preta ou Morena.
Um verdadeiro teorema.
Deusa, Vênus de Milo.
Com você não tem vacilo.
Porque pouco se importa.
Se a vida ás vezes é até meio torta.
Seu corpo é grande que transborda.
Desnaturalize.
Equalize.
Sintonize.
Poetize.


E quem sabe, o prazer se profetize.


Ela é rock, bebê - Carla Pepe

Ela é rock, bebê
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Ela é som pesado. 
Mulher do ventre riscado.
Pura adrenalina.
Morena sem vaselina.
Heavy metal, curte uma cafeína.
Ela gosta da liberdade.
Pula, sacode o cabelo.
Quer reciprocidade.
Goza na cama, no carro.
Ao ar livre, no mato.
Quer ser inteira.
Mulher feiticeira.
Ela é uma sinfonia.
Quer viver em sincronia.
Ela é só prazer.
Quando ela passa, é de enlouquecer.
Porque ela é rock, bebê.


Nua - Carla Pepe


Nua
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Ventre.
Sexo.
Nexo.
Grelo.
Selo.
Seios.
Anseio
Tê-los.
Espanhola.
Me dá bola.
Bunda
Anus.
Nus.
De quatro.
Um ato.
Você.
Nua.
Crua.
Pura.
Sua.
Minha.
Enfim.


Mulher-coragem - Carla Pepe

Mulher-coragem
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Ela é pura coragem
Alta voltagem.
Ás vezes parece uma miragem.
Seu sorriso é sonho e paisagem.
Ela parece uma personagem.
De HQ ou de filme curta-metragem.
É uma morena de pura sensualidade.
Incrivelmente cheia de vontade.
Na vida ela quer reciprocidade.
Pois o melhor é gozar de verdade.
É gentil, gostosa, uma tempestade.
Cheia de curvas, provocante, ela é uma entidade.
Deusa, profana, louca, santa, puta, quer é vadiagem.
Ela é mulher - Maria - não é brincadeira.
Moça brejeira.
Menina, mulher, moça, enfim, uma guerreira


Insanidade - Carla Pepe

Insanidade
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Entre sussurros e gemidos
Suspiros e gritos
Me farto de você.
É um desejo insano.
Quase profano.
Esse tanto querer.
Essa tua mão envolvente.
Tua língua indecente.
Tua virilidade imanente.
Me levam ao caos.
Sou pura insanidade.
é quase maldade,
te querer tanto assim.
Mas já que estou louca varrida.
Te desejo atrevida.
Na cama, no chão, na pista.
Nós dois, pura libido.
Ninguém será advertido.
Do nosso devaneio sensual.
Loucos.
Volúveis.
Insanos.
Eu e você.
Entre panos.
Vem que eu quero me perder.


Tuas mãos - Carla Pepe

Tuas mãos
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Gosto de pensar em como tua mãos tocam meu corpo.
Como elas descem pela minhas costas.
Como percorrem minhas curvas.
Meus seios.
Como você chega sem rodeios.
Me pegando sem arreio.
Nas tuas mãos pegando meus cabelos.
Meus curtos pelos.
Meu úmido grelo.
Gosto de sentir tuas mãos na minha pele.
Me pegando de jeito.
Me apertando com efeito.
Só de pensar nas tuas mãos.
Já me sinto gemer.
Estremecer.
Tremer.
Só penso em você.


Uma historia de Superioridade - Carla Pepe

Uma historia de Superioridade
by CARLA PEPE
‪#‎Carla440‬
Certo dia num povoado uma grande tormenta caiu sobre os habitantes. Quase todas as casas ficaram edificadas ao final da tempestade. Apenas uma pequena casa caiu completamente. Era a casa de uma família (pai, mãe, dois filhos, uma avó). Não restou nada. Aquela família tinha um olhar perdido por sobre tudo que perdera. Mais do que a casa, perdera suas memorias, suas fotos, seus poucos mas valiosos pertences. 
Os habitantes do povoado resolveram, então, ajudar a família construindo para eles um novo lar. Escolheram um terreno e começaram o planejamento da nova casa. Um homem sabia fazer tijolos, outro sabia aonde achariam boa areia, outro pedras, outro madeira. Uma outra mulher sabia tecer. Outra sabia cozinhar. E assim começaram a expor seus dons e se colocarem a serviço daquela tão necessitada família.
Bom, as coisas foram acontecendo e o homem que sabia fazer tijolos começou a falar aos quatro cantos como seus tijolos eram os melhores daquela construção. O outro disse que a areia que ele encontrava era o que dava consistência na casa. O outro dizia que eram as pedra e assim eles foram falando aos quatro ventos o quanto eram bons naquilo que faziam. E a casa? A casa ainda não tinha conseguido se erguer.
E as mulheres também cada qual exaltando suas qualidades e nada fazendo...
Bom e a família? A família resolveu que o melhor a fazer seria conseguir pedaços de madeira, palha, um pouco de barro e assim uns ajudando os outros, foram aos poucos erguendo sua pequena casa.
Os habitantes do povoado vendo a casa ser erguida aos poucos foram se calando. Perceberam que a grandeza de cada um não estava no que sabiam fazer de melhor, mas no que sabiam fazer JUNTOS...


Viagem de prazer - Carla Pepe

Viagem de prazer
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Ele percorria o corpo dela como terra nunca antes navegada. Ela gemia de prazer. Era um desejo reprimido, proibido, há tempo contido. Como dois náufragos passaram a noite gemendo e gozando, beijando e sugando como se quisessem aquele momento eternizar. 
Foi por acaso que tinham se encontrado. E como um explosão entraram naquela viagem de prazer trilhando o corpo um do outro. Ela nunca tinha imaginado que sentisse ele algo por ela. Ele vice-versa. Naquele dia, o papo acabou levando a admiração secreta e dali acabaram naquele quarto, naquela cama.
Por horas ele a beijara como se não houvesse amanhã. Ela deixara que ele tocasse seu corpo e o sugara devagar e de forma sofrega.
E assim embarcaram naquela jornada que ambos não sabiam direito aonde daria. Mas também não estavam pensando muito, estavam apenas entregues ao desejo que os consumia e a vontade um do outro. De manhã, talvez se resgatassem daquela loucura, mas agora, queriam apenas viver a luxúria e o prazer do momento.


Sonho ardente - Carla Pepe

Sonho ardente
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Sonhei com você. 
Me querendo.
Me submetendo.
Era um sonho ardente.
Incandescente.
Indecente.
Eu de quatro.
Você no ato.
Eu gozava.
Você me beijava.
Sonhei com a gente.
Ali no dormente.
Sonho interminável.
Inominável.
Acordei suada.
Molhada.
O sonho bom!


Oração 2 - Carla Pepe

"Desejo um beijo seu por horas.
Vem sem demora e me beija sem pressa.
Que eu estou nessa.
Mas vem agora, pois eu sou minha senhora.
Faço de joelhos a minha oração.
Para que você mate de vez a paixão.
Que devora o meu coração.
Vem, vambora..."
(Carla Pepe)



Dança sensual - Carla Pepe

Dança sensual
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Eu quero gemer bem alto 
Te engolir inteiro.
Enlouquecer de prazer.
Eu sei é loucura.
Mas a vida é aventura.
Quero ser feliz com você.
Por uma hora apenas.
Ou duas quem sabe.
Ser deusa de Atenas.
Te beijar formoso.
Sentar gostoso.
Lamber teu gozo.
Quero suspirar.
Vem cavalgar de quatro.
Me pegar de lado.
Me fazer gozar.
Hoje eu sou toda sua.
Vamos deixar a lua
Conduzir a dança do nosso prazer.


Insensatez - Carla Pepe

Insensatez
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Ela vivia num mundo de seriedade.
De sobriedade.
De cobrança e paralisia.
Um belo dia, resolveu...
Absorveu.
Se arrefeceu.
Se despiu.
Sorriu.
Enlouqueceu.
E no meio da insensatez
Se descobriu.
Era mais de uma.
Era inteira, e não metade.
Era mulher repleta de vontade.
Guerreira, mulher brasileira.
Ousada e insensata.
Nua e toda sua.
Que goza para lua.
Gosta de uma loucura.
Na vida, quer a descompostura.
Sentir o sabor e a gostosura.
Ama sua curvas e sua formosura.
Ela é linda exatamente por sua candura.
Cuidado! Pois a moça também tem uma grossura.
Insana
Gata cigana.
Da vida apenas quer brincar na cama.


Conto do Imprevisto - Carla Pepe

Conto do Imprevisto
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Ela nunca saia de casa sem um make up: uma base básica, um lápis no olho, um batom simplérrimo. Também tinha que ter uma lingerie linda e colorida. A roupa podia ser simples, mas por baixo habitava uma mulher ousada. Era uma morena volumosa, mas cheia de fogo e paixão. Sempre saia preparada quem sabe aquele não era o dia de encontrar uma paixão arrebatadora que lhe tirasse da zona de conforto.
Ele tinha saído de casa naquele dia mal humorado, tinha brigado em casa, tudo andava meio igual. Nada mudava na sua vida. Ele estava meio cansado disso. Hoje o dia estava meio tudo igual: céu cinza, trabalho chato, cara feia. Na volta do trabalho, o metrô lotado, uma morena volumosa resolveu parar bem perto dele. Era cheirosa e decotada, só isso já fazia valer, mas daqui a pouco ela ia reclamar que ele estava encostando nela. Mas o local estava tão cheio que era impossível não chegar perto. Ele estava se esforçando.
Ai ela olha para ele e o inevitável acontece uma explosão de sentimentos. Um vontade beija-la e ela sente o mesmo por ela. Ela resolve puxar papo e é correspondida. Ela o convida para descer na estação seguinte e o convite é aceito. Ela o chama para um vinho no Bistrô ali perto e ele, novamente, aceita de pronto. No local, ouvem música, bebericam o vinho, conversam sobre sei lá o que, as mãos se tocam, as pernas se tocam, eles finalmente se beijam levemente e o mundo para e parece não ser suficiente, somente o beijo. Na ousadia que o momento pedia, ela resolve convida-lo para algo mais, sussurrando o convite no seu ouvido. Ele sorri, pela primeira vez dia, e aceita de pronto. Aquela morena o estava deixando louco.
E vão os dois a um hotel aonde a noite prometia ser de luxúria e paixão. Ele a beija com sofreguidão e demora, poderia ficar beijando-a por horas a fio. Em seguida, pega em seios volumosos e mergulha, são puro deleite. E assim, numa dança sensual, os amantes vão conhecendo seu corpo e descobrindo os prazeres um do outro com a calma e a pressa da noite. Todas as posições são experimentas, todas vontades são satisfeitas. E assim, eles num momento de imprevisto, vira puro gozo. Quem sabe os imprevistos da vida poderiam trazer aos dois.


Insonia - Carla Pepe

Insonia
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Essa noite vi o sol nascer.
Gemi de prazer.
Foi de enlouquecer.
Só pensando em você.
Você me domina.
Me fascina.
Me alucina.
Minha cabeça se agita.
Meu corpo se excita.
Te quero demais.
Vem cá meu rapaz.
Eu sou moça bonita,
faceira e erudita.
Mas também sou vadia.
Te prometo metais.
Nesta noite de insonia.
Você foi a causa.
Te desejo sem pausa.
Sem trégua e com gás.
Vem curar o meu sono.
Que eu não questiono.
Nem falo, nem grito.
Só dou gemidos de puro prazer.


Desejos - Carla Pepe

Desejos
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Quero muito mais que palavras.
Quero teu beijo indecente.
Tua boca tão quente.
Te sentir me tocar.
Quero tua mão feito louca.
Me beijando a boca.
No meu ventre a molhar.
Quero explodir de prazer.
Por horas a fio.
Vem no desafio.
Eu te quero assim.
Quero tua mão no meu peito.
Teu gozo de jeito.
Você só para mim.
Por uma hora ou duas.
Eu sou toda sua.
Hoje eu quero gemer.
Desejo me perder lá no fundo.
Te sentir bem profundo.
E quando chegar ao final,
exaustos nos caos.
Vou olhar para você
E dizer bem no seu ouvido:
Como você é gostoso.
E me leva ao prazer.


domingo, 19 de junho de 2016

Conto de Abandono - Carla Pepe

Conto de Abandono
By Carla Pepe

Ela não entendeu porque ele foi embora. Só sabia que naquele dia de uma hora para outra, ele tinha partido. Não havia mais roupa no armário, sapatos na prateleira, câmera fotográfica na escrivaninha, jóias ou bens de valor. O que lhe restara foi apenas seu cheiro no travesseiro e nas lágrimas derramadas no sofá. Ficou ali parada querendo entender o porquê: será que ele voltava, a que horas, quando. Não sabia dizer por quanto tempo. Tudo pareceu pesar demais, mas era preciso seguir. E ela seguiu seu rumo em tons de cinza. O colorido da vida parecia ter ido junto com ele. Até seu sono não era mais o mesmo. Queria tanto entender o porque ele tinha partido: talvez tivesse sido o café fraco, o bolo solado, a cor da parede desbotada, até mesmo seu tom de voz grave.

A morena seguiu diferente de antes, mais brava, sem tempo para risos, para brincadeiras, sem calma. Queria mesmo era que a vida passasse depressa para ver se o ponto final de sua história chegava logo. Teve projetos, sonhos, construções. Ela era linda, mas se escondia, porque aquele abandono lhe roubara seu bem mais precioso. Ele tinha levado consigo naquela mala repleta de roupas e pertences, seu amor. Eles se encontraram algumas vezes na vida, ele parecia não reconhecer o que lhe fizera. As discussões giravam sempre em torno de dinheiro, mas ela queria mesmo era compreender o incompreensível. Ás vezes, é preciso apenas se colocar em movimento. E foi o que ela fez.

Um belo dia, ela resolveu dar um mergulho bem profundo, quase morreu, mas renasceu. Ao ressurgir, encontrou perdido, num canto qualquer da casa, seu amor. Ela, então, fez-se inteira novamente. Entrou no armário e procurou seus melhores trajes: vestiu-se de sorriso, calçou um olhar sedutor, pingou gotas do seu melhor encanto e partiu para vida. Tinha sido ferida, mas agora sabia que podia ser atrevida, pois era moça aguerrida.

E foi assim, dançando pelos cantos, o viu naquela noite. Ela o olhou  - seu pai - o homem que a abandonou anos atrás. Ela não sabia se na rua ele morava ou se apenas ali passava. Mas mirou-lhe o semblante para ver se ele reconhecia a menina distante. Por um segundo, pareceu que ela lhe era familiar, parecia a menina que ele deixara no solar. A imagem da tal cena, ele espantou, afinal eram erros que lhe assombravam o pensamento, seu doutor. A moça seguiu buscando as lágrimas espantar, afinal tem certas coisas que na vida não se consegue interpretar, lhe restava apenas seguir, acreditando na sua capacidade de amar.



Meretriz - Carla Pepe

Meretriz
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Mulher que finca raiz. 
Ela é morena na cor.
Na vida é só aprendiz.
Quer escolher seu caminho.
Não quer fincar seu ninho.
Quer o gozo, a festa, o riso.
Quer o ato, o mato, o gizo.
Se você quiser nela mandar
Saiba que vai ficar a boiar.
Ela é meretriz.
Dona do seu próprio nariz.
Se nela você quiser dar um beijo
Basta ela querer seu desejo.
Pois é moça de força e vontade.
Sua maior vaidade
É escolher o que da vida fazer

Conto de Sexta-feira - Carla Pepe


Conto de Sexta-feira
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬ ‪#‎hothothot‬ ‪#‎sextafeira‬
Era 6a feira, dia internacional de happy hour, de estar acompanhada e ela estava ali sozinha. Já eram 20h da noite, tinha acabado de sair do trabalho. O dia havia sido exaustivo, mas tinha energia para uma cerveja e algo mais, caso o convite fosse irrecusável. Jogou varias indiretas pelo celular, mas todos pareciam já ter compromisso. 
Foi ao banheiro deu uma olhada em si mesma no espelho: corpo volumoso, saia justa, sutiã de renda pink, calcinha fio dental, blusa com leve transparência. Resolveu retocar o batom rosa e seguir linda e poderosa, mesmo que só.
No elevador, encontrou um rapaz que já vira pelo corredor de onde trabalhava. Era gato, tinha mãos grandes (já sentia o calor subindo pelo ventre), barba por fazer. Ele puxou assunto, ela correspondeu. Falaram sobre o tempo, música, filmes até o térreo. Ao se despedirem, resolveu se ousada e perguntou se ele não queria tomar uma cerveja, afinal era 6a feira. Ele respondeu que não bebia, mas que lhe acompanharia na cerveja. Ela deu um sorriso e foram caminhando na direção de um barzinho perto do prédio aonde trabalhavam.
No caminho, as mãos se tocaram e foi como se explodissem. Ela olhou nos olhos dele, os lábios dela se abriram como se esperassem um beijo. Ele a imprensou na parede mais escura da rua e a beijou sofregamente. E ali ficaram beijando-se como se o tempo fosse um senhor bondoso e tivesse parado apenas para os amantes aproveitarem o canto escuro da rua. As mãos dele procuravam o corpo volumoso dela, não encontrando qualquer resistência. Percorreram as costas dela, apertaram suas nádegas grandes e chegaram aos fartos seios. Ele não se aguentava mais. A morena era quente, quente, quente.
As coisas estavam ficando incontroláveis. Ele queria tirar a calcinha dela ali mesmo e a possuir no meio da rua. Nunca tinha sentido essa vontade antes. Como se a morena lesse seus pensamentos, ela lentamente, desceu sua minuscula calcinha. A fogosa mulher aproveitou a descida para também sugar-lhe o membro rígido. Ele quase deu um grito, mas isso entregaria os dois.
Ele continuava a beijar-lhe e acariciar-lhe com vontade e luxúria e assim, na rua, a penetrou. Até que ambos chegaram ao auge. Nossa, que morena. E que sexta-feira!!! Quando terminaram, o coração acelerado, ele pega na mão da morena e mantem o convite para uma cerveja e quem sabe algo mais.
A morena suspira, sorri e aceita. E eles seguem de mãos dadas.
Ah, como ela amava as sextas-feiras....