domingo, 30 de agosto de 2015

Contos de uma cidade pequena - O Final - Le sexe de deux By Carla Pepe

Contos de uma cidade pequena - O Final - Le sexe de deux
By Carla Pepe


E lá foi ele de novo, beber sua velha companheira, a cachaça. A sua vida de antes era tão simples e agora andava tão complicada. Suas noites andavam de tirar o folego com essas duas mulheres.  Nem seu sítio andava tendo tanta atenção como antes. Laurinda e Clotilde andavam lhe sugando cada gota de energia e ele não sabia mais o que fazer. Eram tão diferentes. Clotilde tinha a beleza da juventude, do corpo do esguio e firme. Quando ele a via, ela parecia saída das telas da televisão dos filmes mais noturnos. No entanto, parecia tudo treinado: o tirar do sutiã, o afastar dos cabelos, o descer do vestido. Com Clotilde parecia que eles participavam de uma dança ensaiada para alguém avaliar.  Ele sabia que ela esperava compromisso e casamento. E não sabia o que fazer. 

Já as noites com Laurinda, essas eram de fogo e paixão, com espontaneidade e muita imprevisibilidade. Mulher quente era aquela. E o que lhe faltava em beleza e juventude, sobrava-lhe em corpo e volúpia: seios, coxas, pernas, costas e ventre. Era uma dança espontanea que misturava o samba, o choro e um certo toque de jazz. E sempre depois exaustos, lá eles ficavam a conversar sobre tudo. Mas antes do amanhecer ela lhe expulsava de sua cama, logo dando a entender que não queria contrato. Queria aqueles encontros vadios e escondidos. E ele ainda desconfiava que danada sabia de Clotilde. Mulheres!!! Marivando estava chegando a conclusão que a cachaça era sua melhor companheira. 

Enquanto isso, noutro canto da cidade, Clotilde estava olhando as revistas de noiva pensando em como apressar as coisas com Marivando. Precisava logo começar a planejar o casamento, se quisesse que a cerimonia acontecesse no mês das noivas. Faltava muito pouco. O tempo corria contra ela. As coisas entre eles iam bem. Umas duas noites por semana eles saiam e ficavam a sós. O cabra era bom, ás vezes queria ser mais selvagem,  mas ela preferia tudo mais arranjado, numa certa ordem. Afinal, eram pessoas civilizadas e ele não precisava lhe borrar a maquiagem para fazerem sexo. Ela gostava dele, mas ele precisava de umas aparadas. Mas depois que casassem ela resolveria isso. Por enquanto, ela daria um jeito de tornar as coisas quentes e colocar o vaqueiro na parede.  E jogar a professora encalhada para escanteio, afinal ela nunca tive qualquer chance, diante da sua beleza. 

Já na casa da professora de literatura, Laurinda, pensava nas escolhas que fizera. Sabia que Marivando anda irritado por ela não querer compromisso e também que ele andava saindo com Clotilde. Os comentarios na cidade era de que logo os dois estariam se casando.  Mas ela não poderia ficar refém desse sentimento louco que sentia por Marivando. Gostava muito de si mesma para se perder nele. Gostava de sua rotina, de sua liberdade, da vida que construíra. Se pudesse ficaria com as duas coisas: solteira, mas com as noites de paixão entregues ao vaqueiro.  Os dois eram uma combinação explosiva: sem previsões, sem planejamentos, somente os dois e nada mais. Com ele, ela experimentava novas coisas, novas posições.  Quando eles estavam juntos, o tempo parecia parar, havia somente seus corpos nus, a casa, seus comodos. Com ele, ela sentia que podia ser ela mesma e deixar-se levar pela lúxuria sem julgamentos. Mas e agora? O que ela deveria fazer? Bom, resolvera deixar para pensar nisso amanhã, quando o futuro chegasse. 

E entre goles de cachaça e noites de paixão de Marivando, Clotilde e Laurinda, o tempo foi passando. E Marivando pressionado a uma decisão: casava com Clotilde e perdia Laurinda ou ficava com Laurinda sem compromisso e perdia a jopvem loira. Situação difícil a que ele se encontrava. Clotilde lhe dera um ultimato e agora não adiantava mais adiar a resposta. E lá foi ele cabisbaixo, entrando na birosca pediu a pinga, a melhor da casa, bebeu de um gole só, sentindo queimar tudo por dentro. 

Marivando foi, então, caminhando firme e decidido com a sua melhor roupa, bota nova, chapéu e sua nova água de cheiro. No caminho resolveu comprar umas flores do campo para ajudar na composição do visual. Sabia que não tinha certeza do caminho que escolhera. Sempre fora um homem de rotinas, de dias certos, de fome certa, de cachaça certa. Sabia que casar seria a escolha certa naquela altura de sua vida. Alguém para cuidar da casa, das suas roupas, de sua comida. Alguém com quem dividir as noites. Mas de tanto pensar percebeu que nada disso importava quando esse alguém não era o certo para ele. De que adiantava estar com a pessoa errada pelas razões certas?  E lá foi ele rumo a pessoa certa, mas cujo futuro, parecia-lhe incerto.  E naquela noite, os dois amantes, numa explosão de sensualidade e prazer ficaram juntos até o amanhecer...Laurinda e Marivando... descobriram-se parceiros certos de um futuro...bom o futuro...a Deus pertence. 







segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Contos de uma cidade pequena - Parte 3 - Dois goles de cachaça By Carla Pepe


Contos de uma cidade pequena - Parte 3 - Dois goles de cachaça 
By Carla Pepe


Era madrugada, Marivando atravessava a rua, cabisbaixo pensando em Laurinda. As noites de fogo e desejo vinham sendo cada dia mais freqüentes. A mulher o deixava desatinado. Tudo começou na noite da birosca e cerveja. Ele a acompanhou até sua casa e ela o convidou a entrar. Uma coisa levou a outra. E quando ele viu já estava enredado em sua teia. Tudo naquela mulher era exuberante: seios, coxas, virilha, pernas. Ele havia sonhado com ela, mas nada o havia preparado para a realidade que era te-la inteirinha só para ele.Mulher brava e inteligente que só.  Ele estava insistindo em assumir compromisso. Mas ela foi categórica. Disse que não. Queria mesmo aquela coisa escondida, fugidia, quase vadia. Ele, homem concreto, não conseguia entender. Queria contrato, mostrar para todo mundo que aquela mulher era dele.  E agora ele estava ali voltando para casa chutando pedrinhas pelo caminho.

Laurinda, por sua vez, mordia o lábio inferior, sabendo que Marivando saíra enfurecido de sua casa. Mas ela o queria assim: sem compromisso, escondido, sem satisfações sociais.  Como explicaria, numa cidade daquele tamanho, que não queria casamento. Queria apenas as noites de paixão como as que vinha vivendo com aquele homem fogoso. Seu coração acelerava só de pensar nele. Queria ser como as mulheres de Clarice. Queria viver a paixão para além dos livros. Suas noites com Marivando vinham sendo ardentes, seus beijos eram intermináveis e seus carinhos suaves como a mais pura seda. Ela, bem que queria ceder, mas precisava manter-se firme senão perderia as rédeas da situação e seu romance francês transformar-se-ia em um romance sem graça.

Era domingo e Clotilde segue decidida para ter um dedo de prosa com Marivando. Tinha colocado seu melhor vestido, sapato de salto, uma água de cheiro. No final da Missa, ela se adianta e chama o cabra. "Marivando, posso ter um particular contigo?". Marivando novamente desejou não ser tão obediente ao padre e ter bebido uma cachaça antes da Missa. Sentia o suor vindo e o corpo retesar. Ela o convidara para ir com ela a Quermesse da Igreja. Ele chateado disse que sim e lá foi de braço dado com a mocinha cheirosa de vestido apertado. Evitava olhar para Laurinda para não se arrepender da decisão. Afinal, era ela quem não queria compromisso. 

Do outro lado da Quermesse, Laurinda fica espiando Clotilde andando de braço dado com Marivando. Por vezes, a cabrocha oferece comida ao vaqueiro ou lhe sussurra algo ao ouvido. A raiva lhe consumia por dentro, mas nada poderia falar, afinal foi ela mesma quem não quis assumir compromisso com o cabra. Agora pagava o preço de vê-lo desfilar com a mais fina moça da cidade, era ela. E todos sabiam que Clotilde queria compromisso. Laurinda estava tão absorvida por seus pensamentos que perdia as vezes que Marivando lançava olhares em sua direção para ver o que poderia estar acontecendo. Nem perseguir o touro mais bravo, deixara o rapaz em situação mais difícil. 

Marivando levou Clotilde até sua casa. A moça lhe convidou para irem até a varanda e assim terem um momento a sós. Engolindo seco, o rapaz não teve como fugir ao convite e foi ele como boi ao matadouro, sabendo o que o esperava. A moça, que não era boba nem nada, tão logo se viu sozinha atacou o vaqueiro e lhe deu uma prensa na parede roubando-lhe um beijo ardente. O vaqueiro só pensava aonde essas moças haviam aprendido a ficarem tão atiradas.  Também pensava que deveria ter bebido mais duas doses de cachaça, porque a vida não lhe andava fácil não. 

E depois daquele roça-roça com Clotilde, lá foi o pobre vaqueiro chutando pedras pelo caminho sem saber o que fazer. Resolveu entrar na birosca e beber os tais dois goles da melhor cachaça, esta sim, não lhe dava surpresas nem decepcionava. 



Em breve a parte 4 - O Final 





Os nós e o laço - Carla Pepe

Uma pausa para poesia....

Os nós e o laço
By Carla Pepe 

Somos aquilo que esperam de nós.
Somos aquilo que constroem de nós. 
Somos os nós que damos em nós mesmos.

Mas basta puxar um fio e o nó começa a se desfazer...
E quem somos começa a aparecer...
Será que seremos amados? 
Será que seremos queridos? 
Será que seremos novamente atados? 
Será que seremos lindamente acalentados? 

Será possível ser outra coisa que não aquilo que foi construído? 
Será possível ser outra pessoa diferente daquela que foi retratada? 
Será possível ser outra figura tão loucamente amada? 

E ao novamente puxar os fios para tecer novos nós 
descobrimos a capacidade de poder ser, além de nó, laço...

Laço que amarra a fita do cabelo da menina.
Laço que enfeita o vestido da mocinha. 
Laço que se enrosca no sutiã da guria. 
Laço que se enrola na amizade de um dia. 
Laço que seduz os amantes da folia. 

E assim descobrimos que melhor do que ser nó...preferimos ser laço. 
Laço de fita. Laço de vida. 
Laço de amor. Laço de flor.
Laço de abraço que espera o amor.

E você? O que está esperando beija-flor ? 

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Contos de uma cidade pequena - Parte 2 - Un, Deux, Trois
By Carla Pepe


Clotilde tinha resolvido que precisava se aproximar rapidamente de Marivando se quisesse logo amarrar o cabra. Sabia que ele tinha uma rotina: trabalhar no seu sítio durante a semana, beber sua cachaça na birosca aos sábados, às vezes visitar D. Vavá e ir a Missa aos domingos. Ela andava tomando conta do vaqueiro fazia algum tempo. Afinal, ele tinha mãos que pareciam pegar de jeito uma mulher e ela gostava disso. Tinha perdido o interesse pelos jovens rapazes que viviam lhe trazendo flores e bombons na prefeitura. Eram todos muito sem graça. Queria um homem que lhe fizesse arfar os seios mas que também pudesse lhe prometer casamento. Marivando era solteiro e tinha um corpo de fazer qualquer mulher olhar duas vezes. Era meio bronco, mas tinha traços fortes, isso ela reconhecia. O plano estava traçado. 


No outro canto da cidade, Laurinda estava se arrumando. Tinha comprado uma nova lingerie vermelha de renda, que acentuava seus seios fartos e suas coxas grossas. Tinha decidido se entregar aos arroubos da paixão que sentia por Marivando há anos. Era solteira e agora resolvera que se entregaria aquele homem com quem sonhava desde a sua adolescência mas não tinha coragem de se aproximar. Gostaria de ter noites quentes de paixão com aquele homem másculo, cujo olhar lhe despertava uma queimação que subia por entre as pernas e ia até o coração. Não queria casamento, já havia se acostumado com a sua vida de solteira. Suas próprias manias, sua casa, suas coisas. Queria mesmo era a paixão, a pulsão, a excitação. Suas esperanças eram que a lingerie, o vestido decotado preto, o sapato vermelho de salto lhe auxiliassem na execução de seu propósito. Respirou fundo, saiu de casa e seguiu em frente. 


No interior da birosca, Marivando tomava sua cachaça e comia uns bolinhos que a mulher do vizinho lhe dera em troca do leite das suas vacas. Ele se vestira com cuidado naquele dia: calça jeans, camisa de algodão, seu melhor chapéu, suas botas novas, colocara uma água de cheiro e limpara as unhas com cuidado. Tudo muito limpo e passado. Era um homem solteiro, mas gostava de se cuidar bem. Sabia que sua pele era curtida do sol por causa do tempo que passava cuidando da roça e do gado. Houve um tempo em que pensara em se casar, mas agora já se acostumara a vida de solteiro. E até gostava em não ter ninguém para dar-lhe as ordens. 


De repente, pareceu que todo ar do recinto se foi e o tempo parou, Laurinda acabava de entrar no boteco e ele nem imaginava porque. Ela estava de um jeito que ele nunca havia visto antes: um vestido justo que mal cabia ar. Pela alça ele via a renda vermelha. Ele nem sabia o que descrever, só sabia que se perderia facilmente naqueles lábios vermelhos e nos cabelos cacheados presos deixando a nuca aparecer. Como queria beijar-lhe a nuca. Ah mulher não sabia o que fazia com ele, nem o que lhe provocava. 


Laurinda tomada de coragem percebe o olhar de Marivando e segue para uma mesa vazia. Senta, cruza as pernas e pede uma cerveja. E fica ali bebericando sua cerveja. Em seguida, de forma quase ensaiada, se vira para Marivando e diz: "Oi Marivando, há quanto tempo. Vai me deixar beber sozinha?" Ele engole seco e os segundos parecem seculos. Marivando engole sua cachaça de um só gole e levanta. Vai até a mesa de Laurinda e diz: "Que faz aqui Laurinda? Perdida?". Respira fundo e sente o perfume inebriante. Olha para o decote do vestido e antevê o contorno dos seios. Sente seu corpo retesar. Jesus o que faria com aquela mulher! Como beberia qualquer coisa ao seu lado e depois seguiria em frente? 


Do outro lado da rua, Clotilde assistia a cena pensativa. Precisava agir rápido. Não tinha idéia que a professora-encalhada-séria de Literatura tinha algum tipo de interesse no vaqueiro. E a danada era corajosa tinha que admitir. Mas agora a hora era de redefinir e realinhar o plano de conquistar Marivando. Afinal, tinha agora uma oponente. O trio estava formado. 


Segue a parte 3






domingo, 16 de agosto de 2015



Contos de Cidade Pequena - Parte 1 - À três
By Carla Pepe

Lá vinha Clotilde, menina nova, cheia de vida, faceira, era ela,a fogueira infeliz . Era dia de Missa e  vinha ela, com seu vestido apertado, os seios quase escapando, a saia curta subindo, a infeliz. Os quadris rebolavam numa cadência que mais parecia uma dança ensaiada. Era loira tingida de cabelos compridos, pernas longilíneas e sempre usava salto. Trabalhava na prefeitura para comprar suas coisas de mulher. Mas ultimamente tinha decidido que não queria mais ficar sozinha, precisava encontrar alguém com quem dividir a vida. Estava cansada dos meninos e seus namoricos sem sal. Queria um homem que lhe pegasse de jeito, mas que também lhe oferecesse casamento, antes que ficasse passada feito Laurinda, a professora de literatura.

Marivando ficava ali na birosca acompanhando o passar da Clotilde. O suor vinha frio porque, de uns tempos para cá, ela vinha dando umas olhadelas diretas para ele. Ele, que nunca se achou lá essas coisas, não entendeu porque afinal era objeto de tal admiração. Era era homem de pouca instrução, mais velho, vestimenta simples, mãos rudes. Gostava mesmo de lidar com seu gado e roçado. Era uma pessoa de hábitos: aos domingos ia a Missa, tomava uma cachaça e comia churrasco. Um sábado ou outro, fazia uma visita na casa da D. Vavá para aliviar a perturbação da semana. Na juventude, teve uma paixão por Laurinda, mas ela nunca lhe deu um olhar sequer. Caso tivesse feito, teria lhe dado até a lua, se assim ela quisesse. Mas agora, suava frio, porque Clotilde, essa menina, era nova, parecia cheirar a perfume e encrenca na certa. Sentia o suor escorrendo pelo rosto só de pensar no interesse da jovem por ele. Mas seus pensamentos foram interrompidos porque, para sua surpresa, surge no começo da calçada, Laurinda.

E eis que surge a terceira parte do trio da nossa história, Laurinda, professora de literatura, mulher madura, séria, cabelos cacheados, cor de cobre, seus pensamentos estavam sempre nos romances e histórias que lia aos alunos. Era cheia de curvas, seios fartos, coxas grossas, nas quais um homem podia se perder o dia inteiro. Ela era de uma beleza clássica, menos óbvia. Ela tinha uma presença forte, mas parecia ter uma fragilidade escondida, que ele sempre sentiu necessidade de proteger, de te-la em seus braços. Ela vinha com seu melhor vestido de Missa. Estava apertado o danado. Em Laurinda, tudo parecia extrapolar: a seriedade, o pensar, os seios, as coxas. Laurinda aquecia o sangue de Marivando até hoje.

Ela lhe lançou um olhar demorado e lhe deu um sorriso. Ele sentiu tudo endurecer. Afe Maria essa mulher!!!

E de repente, Clotilde e Laurinda se cumprimentaram e seguiram para a Missa. E ele ficou ali, vendo as duas entrando na Igreja perdido sem saber como iria rezar agora, em que só conseguia pensar em lascívia. Neste momento, preferia começar pela cachaça, mas isso o Padre não iria perdoar. Então, só lhe restava respirar fundo e seguir, porque ele sentia que aquela seria uma longa penitência.

Em breve a Parte 2











quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A historia por trás do nosso nome - Carla Pepe

A historia por trás do nosso nome
Carla Pepe

Estou realmente viciada numa serie do Netflix que me foi apresentada por uma amiga querida, Luciana Lima. Sense8 tem se revelado uma surpresa positiva e, simplesmente não consigo parar de ver. Num dos episódios, os personagens revivem, ao mesmo tempo, o dia do seu nascimento. É Phoda.

Eu, como sempre, emocionada, viajei na minha própria historia contadas por minha mãe até o dia do meu nascimento. Me chamo Carla, porque sou primogênita e meu pai -Vivo para que todos saibam, já que algumas pessoas acham que ele é falecido - se chama Carlos. Minha mãe contava que eu chorava tanto quando nasci que meu pai invadiu o berçário achando que estavam fazendo algo comigo. Sempre imaginei meu pai de capa e espada invadindo o hospital para ver o que acontecia com sua primeira filhinha. Eu continuei chorona por anos a fio (acho que essa parte nunca mudou)....

Descobri, depois de um tempo, que ela marcou o parto cesarea para o exato dia da morte da mãe dela. Só um parenteses na minha historia: minha avó materna morreu de complicações de parto do seu ultimo filho. Fiquei por tempo me perguntando: por que será que ela quis que eu nascesse no dia que sua mãe morreu? Depois de algum tempo (anos é claro), cheguei a conclusão de quão poética ela foi: nascer e morrer são duas faces de uma mesma moeda do círculo da vida. Transformou um dia de dor em dia de celebração. E não podia ter uma filha que gostasse mais de celebrar. Porque eu simplesmente amo meu aniversário.É estilo ANIVERSÁRIO GUANABARA.

Há as mães...adoram transformar nossas historias em lendas, em contos, em fábulas. O que seria das nossas vidas sem elas. E você, sabe a história do seu nascimento? 

#Sense8 #Carlapensando #Carla440V #borarelaxar

domingo, 9 de agosto de 2015


Bons filmes por estilo - apenas os mais atuais - quase todos voces acham no Netflix


Comédia Romântica 


Sex Tape - perdido na nuvem

Vizinhos

Como não perder essa mulher (mas tem que ver sem preconceitos)

Apenas Sexo (mais um filme para ver sem preconceitos, muito bom)

Família do Bagulho

Groupies não ficam para o café da manhã (comédia romantica alemã excelente)

A Mentira



Ficção


Elysium


Divergente (gostei dos dois)

A Hospedeira

Jogos Vorazes: A esperança - Parte 1 (gostei de todos)
Malévola
Maze Runner: Correr ou Morre

Planeta dos Macacos: O Confronto

O Doador de Memórias


Drama 

Preto e Branco

Preciosa 

Para sempre Alice 

12 Anos de Escravidão

A Culpa é das Estrelas

Boyhood - Da Infância à Juventude

Clube de Compras Dallas

Mesmo se nada der certo

400 contra 1 (excelente produção nacional)



Como os comerciais de margarina - Carla Pepe



Como os comerciais de margarina
Carla Pepe

Ela se sentia como nos comerciais de margarina: acordava com aquele cheiro de café, pão fresco, pai, mãe, irmã, o avô. O sorriso estava sempre estampado no rosto e a esperança no olhar. Menina da pele morena e cabelo liso como dos índios marajoara. E a vida passava como se fosse uma novela das seis. Um dia o comercial de margarina virou filme de terror, o pai não voltou para casa. A menina virou órfã de pai vivo. O avô resolveu que também tinha que seguir a vida adiante. E a mãe ficou ali perdida sem seu grande amor e com duas pequenas a criar. A mais velha olhava para televisão procurando o comercial de margarina e a mais nova segurava na barra da saia da mãe meio sem entender o que estava acontecendo.

E a vida foi passando lentamente. E o comercial de margarina se desfez. E a cena de novela das seis deixou de ser reprise de novela e virou documentário do canal Brasil. Uma mãe e duas filhas lutando para vencer no mundo cão do Seu Sebastião. Foram muitos áridos desertos, em outros casos, caminhos floridos. O que elas tinham de mais precioso, era o amor precioso que as unia. O que os comerciais de margarina deixam de fora, é que não importa se a equação: é pai+ mãe= filhos, mae=filhos, mãe+mãe=filhos, pai+pai=filhos, mãe+avós=filhos. O que dá liga na receita é o amor e a misericórdia do Ser Divino que nos criou a todos. E isso aquelas três descobriram que tinham de sobra. Amor, puro e simples, Amor.

O que os comerciais de margarina deixam de fora, é a sequencia do dia, da vida. E um dia, a mãe partiu. Seu bravo coração parou de bater no compasso de vida e foi bater no compasso do Criador. Lá se foi a matriarca seguir outros comerciais, outras novelas, outros filmes. Acompanhar de longe o filmes das duas protagonistas, torcer pelo final feliz das lindas meninas. E as lindas meninas tiveram seus filhos e construíram suas próprias trilhas e suas próprias equações. E seguem seus próprios roteiros comerciais.

Neste dia dos pais, a breve oração da linda menina da pele morena vai para sua mãe:
"Mãe, neste dia dos pais, só dizer a você meu obrigada por ter me ensinado a ser grata a todos que me ajudaram na vida. A ser brava com as injustiças. A gritar e a falar o que me incomoda. A sorrir e gargalhar com aquilo que me faz bem. A celebrar tudo. A experimentar sempre. A beijar todos os dias. E amar para sempre."

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Contos Urbanos - O Final

Carla Pepe 

Lá estava ela parada sem saber o que fazer frente ao espelho. Uma decisão a tomar. O terceiro elemento da equação a vinha pressionando a um encontro ardente cheio de promessas em que mãos, bocas e pernas se perdiam. O rapaz jeans desbotado-camisa-allstar nunca mais aparecera, mas seu coração teimava em lembrar dele até hoje. Ela sentia que eles tinham algo, uma conexão. E ela precisava fazer algo, antes de se deixar levar por aquele fogo, que agora ardia em seu interior. Ela se encheu de determinação e seguiu no seu plano. 

Naquele dia, ela se arrumou com minúcia, colocou sua lingerie de renda turqueza, uma saia preta justa que deixa suas coxas grossas delineadas, uma blusa com decote no entreabrir dos seios. Na boca uma batom cor de carmim e brincos dourados. Um brilho sedutor e diferente no olhar. Ela tinha o poder nas mãos e a estratégia na cabeça. Ela sairia do trabalho e ficaria na estação à espreita. Ela emitiu todas as boas energias ao universo para que o mesmo conspirasse a seu favor e fizesse o rapaz jeans desbotado-camisa-allstar aparecer. E o encostaria na parede do metrô-vagão-boiada. 

Dessa vez, ele não escaparia ao seu olhar, ao seu toque, ao café e a dizer-lhe se o que eles tinham era real e possível. Talvez ele tivesse alguém, ou não gostasse dela, ou quisesse apenas brincar com seu coração.  Ela não sabia dizer de onde vinha a coragem que brotava, só sabia dizer precisava daquela resposta para seguir em frente. Se a faísca que ela viu fosse efêmera, ela seguiria outros planos, com outros elementos se perderia em outros olhares. Seguiria o movimento do fluir da vida.  Se ele topasse encarar os olhares dantes trocados: ela toparia o café, o licor, o lençol, a noite, quem sabe, o amanhecer. 

Caminhando pela rua lentamente, vinha ele ouvindo sua playlist pensando em como faria para chegar perto da flor que desabrochou. Como voltar a ser, em igualdade de condições, o segundo elemento da equação? Naquele dia, sua esperança era, pelo menos,  inebriar-se em seu perfume de flor exótica. Ele a queria de uma forma tão livre e tão aberta que não saberia como expressar. Queria que ela fosse ela mesma e que fosse feliz. Faltava-lhe apenas a coragem de chegar perto, de se aproximar e falar-lhe as palavras mais doces e as mais eróticas. Queria tocar suas pétalas, acariciar sua nuca, beijar-lhe a boca até sugar-lhe a alma, pressionar-lhe o íntimo. Oh Deus como a desejava bela flor!!!

E assim, no corre-corre da estação movimentada, pessoas indo e vindo, quase sem querer eles se esbarraram. Os planos traçados foram jogados para o alto. Os dois, como que fantoches nas mãos  dos deuses, foram entregues ao destino. Ficaram ali imóveis sem conseguir dizer uma palavra, olhando um para o outro. E ele rapidamente, antes que a coragem surgida fosse logo embora, diz "desculpe pelo outro dia". Ela responde logo "não tem problema. o que acha de tomarmos um café agora?". Ele olha para ela e diz: "me desculpe o atrevimento, mas será que você toparia uma cerveja? ou algo assim? ". Ela sorri e lhe diz:" você sabia que os rapazes atrevidos são meus preferidos". E assim lá se foram os dois, lado a lado, as mãos já procurando uma a outra como se já conhecessem seus próprios caminhos.  Ele lhe sussurrou algo ao ouvido e ela sorriu, chegando a corar. O celular top 6 plus vibrou, ela pegou, desligou, colocou na bolsa e seguiu. A decisão estava tomada. Iria ser feliz!!!







quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Contos Urbanos - O Terceiro Elemento - Parte 3 
Carla Pepe 

Ela saiu daquela estação com um sentimento de liberdade nunca antes experimentado. Sua coragem e ousadia lhe deram a chance de ser feliz. Se lhe perguntassem ela não saberia precisar o que estava diferente. Seu corpo continuava igual: seios fartos, braços fortes, coxas grossas, celulites e flacidez. Nada tinha efetivamente mudado. Sua mudança tinha sido outra, interna, na alma. Tinha sido na leve subida da saia, no tom mais carmim do batom, no sorriso mais aberto no rosto, na firmeza da voz, no olhar provocador, no botão mais aberto da blusa deixando o entreabrir dos seios aparecer.

E assim à distancia ele observava a flor em botão desabrochar. Faltava-lhe o atrevimento de se aproximar e inventar uma desculpa qualquer para não ter aparecido para beberem juntos o café. Nunca mais tinha pego o mesmo metrô-vagão-boiada. Chegava na estação sempre no mesmo horário e ali com a cabeça enfiada na sua playlist ficava esperando ela passar, sem se fazer notar. Sentia uma vontade danada de tocar, de endeusar, de regar, de cobrir aquela flor, mas tinha perdido o trem, a estação, o timing. 

Mas o inesperado acabou acontecendo...Um dia, a moça começou a vir com a cabeça enfiada no aparelho top 6 plus com um sorriso mais atrevido do que o normal. Ela teclava e sorria. Esperava a resposta e sorria novamente. Quase corava. O coração dele quase parou. Não era com ele que a flor se abria. Não era com ela que a flor começava a dar sinais de perfume. A curiosidade lhe fez querer pegar o mesmo metrô-vagão-boiada naquele dia e espiar por cima dos olhos o que a moça tanto digitava. Quem era seu oponente. O terceiro elemento na sua comédia romântica ainda sem qualquer desfecho. Ela estava tão distraída com seu intrépido interlocutor que nem notou a presença do rapaz..

Ele, ficou surpreso, ao ver que os papos eram ardentes. A flor agora exalava erótico perfume. E seu oponente estava tendo sucesso em produzir tal perfume na moça. Ela correspondia as investidas do canalha (na opinião do rapaz, agora enraivecido e arrependido consigo mesmo) de forma muito atrevida. E sorria, como sorria a linda flor. Quase gargalhava e escondia o aparelho para que outras pessoas não vissem as trocas de mensagens tão sensuais e abusadas. E agora, o que ele deveria fazer diante do terceiro-canalha-oponente elemento que surgia em sua breve historia de amor inacabada, nem começada, por sua total falta de tenacidade?

No metrô-vagão-boiada, ela estava agora trocando mensagens com uma pessoa que ela nunca imaginaria se interessar por ela. O sujeito era bonito, interessante, fogoso, audacioso. Suas mensagens no celular lhe aqueciam no ventre. Deixavam-lhe com calor, chegando até abrir o botão da blusa. Nunca tinha se imaginado uma mulher sexy, sensual, excitante. E agora ali estava ela: trocando mensagens extremamente eróticas com um homem interessante. A  única questão é que ele era direto demais. Talvez por isso, o rapaz estilo jeans-camiseta-allstar não lhe saia da cabeça. Mas fazer o quê, se eles nunca mais se esbarraram, para que ela perguntasse o que tinha acontecido. A vida é movimento, como aquele metrô-vagão-boiada. Seu coração, ele estava dividido,e ela, não sabia o que fazer. Deixar-se levar pelo corpo e entregar-se ao terceiro elemento da equação que acelerava sua pele ou esperar o por aquele que nunca mais apareceu, mas que fazia seu coração bater acelerado?

Aguardem a parte 4 - O Final






terça-feira, 4 de agosto de 2015


Contos Urbanos - Parte 2 - A espera
Carla Pepe 


E lá estava ela se arrumando, dessa vez numa demora sem fim, parecia que o espelho lhe dava ordens contraditórias. Essa blusa, essa saia, aquela calça. Qual cor de lingerie?! Os brincos, o anel, a cor do batom. Tudo fazia sentido e ao mesmo tempo lhe deixava ainda mais insegura. Talvez porque insegura estivesse sua alma. Sim, porque a coragem da pergunta tinha desvanecido no instante seguinte ao fechar das portas dos metro-vagão-boiada. Talvez porque se ele visse suas marcas, suas rugas, sua flacidez, suas celulites -desistisse e nunca mais voltasse. No entanto, o que ela tentava esconder mesmo, eram as celulites da alma, a flacidez de seus próprios fantasmas. Por isso, todo aquele esmero na produção, para trair o olhar.

E ele? Ele tinha um jeito despreocupado usando um jeans desbotado, camiseta rolling stones surrada e tinha uma  playlist sempre plugada. Ele vinha se esgueirando pensando no suposto convite, na coragem daquela mulher tão séria, mas ao mesmo tempo, tão corajosa e ousada. Desde a primeira vez que a viu, ele a achou tão bela como flor em botão. Talvez por isso, esgueirava o olhar sempre que ela entrava na composição, como se dela conseguisse extrair o perfume. Mas ele só parecia despreocupado, porque internamente tinha uma mente em ebulição repleta de inquietudes. O que fazer diante dela? Beber café? Que café pedir? Segurar sua mão? Ouvir sua voz e falar de sua vida. O que ele poderia contar da sua tão enfadonha vida de trabalhador-gado-estressado-assalariado que pudesse satisfazer tão fina criatura. Nos últimos tempos, andava mesmo ele estressado, querendo ficar calado no seu canto do metro-vagão-boiada.

Ela saiu apressada do trabalho. O dia tinha sido puxado. Muitos hangouts e relatórios para responder. Na saída, sempre alguém querendo resolver alguma coisa e ela olhando o relógio do celular. Tinha dessa vez uma razão para não perder seu horário. Lá foi ela esbaforida, mas não sem antes passar pelo banheiro, borrifar umas gotas do seu perfume favorito e passar seu batom cor de carmim. Deu uma alisada na saia e na blusa, empinou o peito e seguiu cheia de confiança.

Já ele saiu cabisbaixo, estressado, chateada, calado. O dia também tinha sido difícil. Como todo dia é sempre mas alguns são mais do que outros. E hoje ele só queria ir para casa, ver televisão e dormir para ver tudo acabava mais rápido. Mas tinha o café...Seria só um café mesmo? Ou a promessa de algo mais? O que haveria a oferecer?

A estação estava lotada como sempre. Gente indo e vindo. Criança chorando (quem trazia criança naquele horario no metrô!!!). Tinha gente de todo tipo. Ela ficou ali em pé, próximo ao seu lugar de sempre olhando para os lados esperando ele aparecer. Ele estava atrasado. Ela mordeu o lábio levemente e ficou ali sem saber o que fazia. O tempo foi passando e algo lhe dizia que ele não viria. Seus olhos ficaram cheios de lágrimas como se ali coubesse toda sua dor. Mas ela, de dentro de si veio uma força que ela desconhecia, e o  medo, a incredulidade foram substituídos pela brabeza. Ela ficou furiosa. E tomou uma decisão...E seguiu...

Num canto do metrô, ele assistia a cena, covardemente escondido num canto já não se sentia despojado, mas triste, por ter deixado aquele momento passar. Mas de uma coisa ele tinha certeza o olhar que um dia o capturou continuava ali e, naquele dia ao ver a brabeza daquela mulher, ele viu a flor de botão começar a abrir. E ele tomou uma decisão...e seguiu...



Aguardem a parte 3


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Contos urbanos - parte

Contos urbanos -  parte 1 - No Metrô 
Carla Pepe

Ele a observava fazia algum tempo no metro. Seria, compenetrada, parecia estar sempre muito ocupada. Workholic. O tempo parecia estar sempre lhe faltando. Ela vivia correndo. E ele observando. Num mundo cheio de tecnologias, em que não se tira mais os olhos do dos apps, ela nem o enxergava. Ou talvez o visse, mas seu jeito solto e vanguardista não cabiam na sua agenda já tao repleta de compromissos reunião-MBA-trabalho-hangouts-namoro. Ela era dessas mulheres que a beleza e demorada, que so se ve o bom observador. Tem uma beleza que carece um segundo olhar. Ela tem uma ousadia que fica meio guardada, meio escondida. E ele: ele tem um estilo jeans-camiseta-allstar. Tudo meio jogado, improvisado, mas ao mesmo tempo bem pensado. Parece ter bom gosto para musica e poesia porque ela ja tinha visto a playlist dele numa espremida do metro.

O tempo girava. E girava. E a vida passada como numa roleta. Um corre para la, um corre para ca.  E assim ela foi se perdendo de si mesma. E dos outros e se tornando ali, talvez mais uma app do seu mais novo celular top plus 6 do mercado. Mas vida, mesmo que  queiramos descer ou parar a vida, ela segue girando. E vai levando a gente mesmo que a gente queira permanecer no mesmo lugar. E assim foi com aquela moça.
Um belo dia, ela apareceu diferente. Ninguem saberia precisar que elemento era. Se era o batom vermelho. Talvez fosse a falta do seu companheiro 6 plus top de mercado. Talvez tenha sido a blusa cor de carmim que ela usava. Algo naquela moça estava diferente. E, enfim,  pela primeira vez seus olhares se cruzaram verdadeiramente. Não como aqueles olhares que passam pelos produtos nas prateleiras dos supermercados. Ou como os olhares rápidos das pessoas que querem disputar o lugar no espaço do metro. Era um olhar demorado, caprichado, olhar de quem se acha. Olhar de quem  encontra finalmente algo que vale a pena demorar para ver. E ela ficou ali perdida naquele olhar. Perdida como quem perde o trem, o onibus, a estacao. Mas encontra o caminho, a estrada, a perdicao.

Ela tentou falar, mas lhe faltou a coragem que transbordava no olhar. Ele buscou as palavras, mas o tempo nao lhe foi senhor favoravel. Aos dois lhe restou o olhar. Olhar repleto de sentido, de anseios, de vontades, de desejos, de pressa e, ao mesmo tempo, de calma, de alma. E como se aquele instante pudesse acabar, ela tomou a iniciativa, com pressa, antes que lhe faltasse novamente a coragem, e lhe disse: Oi tudo bem...tenho que ir...quem sabe amanha a gente se encontra por aqui...toma um cafe...E ele ficou ali, sem reacao....so olhando ela ir embora...e pensando no que faria amanha quando a encontrasse. Porque a vida e constante movimento...e o proximo passo agora estava com ele.

Em breve a parte 2

domingo, 2 de agosto de 2015

Uma puxada na poesia - Carla Pepe

Uma puxada na poesia  - Carla Pepe

Poesia precisa de desafio..
Precisa apenas puxar um fio ...
Um fio na meada da vida que é puxada....
Uma puxada daquela enrabada que você não esperava...

Poesia precisa de amor...
Precisa de uma flor...
Precisa de sabor...de calor...
Precisa de uma dor que você achou que não suportava.

Poesia carece de um dengo...
De boneco mamulengo...
como voce é rapaz...
Carece de um beijo de novela
daquelas coisas mais belas
feito aquarela que o artista não pinta mais.

Poesia precisa de dúvida...
Se ama ou não ama...
Se vai ou se fica...
Se é quente ou é frio...
Se o café é vazio...

Ah poeta...
tu precisa mesmo é de amor partido...
de amor não correspondido...
de amor perdido...
porque poeta que é poeta
sofre de amor bandido.