sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Pudor - Carla Pepe

Pudor
By Carla Pepe

Ela é sem pudor
Na cama se entrega com ardor.
Na vida se joga sem temor.
Seu sorriso exibe certo frescor.
Límpida, ingênua, atrevida.
Ás vezes doida varrida.
Em outras, gentil bailarina.
Despudorada dos sentimentos.
Quebra a cara.
Numa hora cai e chora.
Na outra, levanta e vai embora.
É moça interessante.
Sabe o que da vida quer.
Um bem-querer e bem-me-quer.
Se você quer essa mulher
Não demore pois ela não é coisa qualquer.



Uma hora bem paga - Carla Pepe


Uma hora bem paga
By Carla Pepe 
Ela pediu para fazer uma massagem, afinal precisava relaxar depois da semana exaustiva. Tirou a roupa e ficou só de toalha. O barulho das ondas do mar lhe dava um relaxamento a mais. Ele entrou, devagar, voz forte, sorriso franco, mãos grandes. Ela fico impressionada com ele. Não era tão bonito mas tinha algo algo. Ele começou a conversar para quebrar o gelo. E foi tocando seu corpo com força, nos pontos certos. Ela viajava nas sensações que aquilo tudo lhe provocava. De repente, a mão dele escorregou. Ela sentiu, mas deixou. Ela bem que queria um relax de bônus. Uma hora de sexo com aquele homem seria tudo de bom naquela semana. E ela foi deixando a mão dele tocar seu ventre, lhe fazer gozar. Ele percebeu e continuou. Massageava seu ventre, suas nádegas, seus seios. Ela revirava os olhos de prazer. De repente, lá estava ele frente a ela e a possuiu com volúpia e vontade. E que vontade. Ela queria gritar mas não podia. Tudo que podia era se contorcer de prazer com aquele homem. Ela o sugou até sorver o líquido quente. Ele literalmente a comeu e ela amou cada segundo.
Mas tudo que é bom dura pouco. Um voz chega até sua mente e diz: acabei sua massagem, espero que tenha gostado. Ela só pensava na fantasia que lhe tinha deixado molhada e responde: muito, você é excelente. Foram 60 minutos muito bem pagos.
Saiu dali direto para um banho frio, mas com um riso maroto no rosto. Que massagem boa !!!!



Gosto - Carla Pepe

Gosto
By Carla Pepe
‪#‎Carla440‬
Gosto que me enrosco em você 
Gosto que me ajeito no teu querer.
Gosto de gostar de você.
Meu bem querer.
Sou mulher de mente.
De sangue quente.
De pegar rente.
Quando gosto, gosto.
Quando não gosto sai de perto.
Gosto. Só.


sábado, 23 de janeiro de 2016

Ode à vida do jeito que você quiser viver - Carla Pepe


Ode à vida do jeito que você quiser viver
By Carla Pepe



Já dizia um velho samba que "sonhar não custa nada...". Sonhos são muito particulares e pessoais, no entanto, muitas vezes nossas metas são moldadas, mesmo que não saibamos, pelo contexto socioeconômico e cultural  no qual vivemos. O modo de agir, falar, pensar, andar está influenciado pelo universo que nos cerca.

Uma coisa que tem me incomodado é uma serie de pessoas que postam fotos do quanto estão magros e felizes.  Estão felizes agora como se nunca tivessem sido antes. Será que a felicidade é tão fugaz que está ligada somente ao seu corpo ? Será que a felicidade não está ligada também aos seus bons relacionamentos, aos seus sucessos profissionais, pessoais, ou mesmo, espirituais? Como pode sua auto estima estar tão relacionada a estarem magros?

Para mim,  corpo e alma estão completamente ligados. Sou por fora o que sou por dentro. Se estou, hoje, linda por fora é porque por dentro o trabalho já vem sendo feito de longa data. Na história da humanidade, houve tempo em que ser gordo era a coisa mais linda do mundo. Os bebês mais bonitos eram os gordos, as mulheres mais pintadas pelos artistas eram obesas e assim sucessivamente, isso porque comer era artigo de luxo. Atualmente ainda é, dependendo de que classe social estivermos falando. E em que sociedade estivermos morando.

Infelizmente, vivemos numa sociedade capitalista que precisa encaixotar as pessoas: os magros, os sarados, os gordos. E se é gordo não é saudável. Porque gordo só come merda. Não é uma verdade absoluta. Existem magros que também só comem porcaria. Na verdade, hoje acredito que as receitas são individuais. O que serve para mim, não necessariamente, serve para você. Existem pessoas gordas que curtem comer de forma saudável e gostam de praticar exercícios. Fazem Ioga, correm, dançam, escalam e, detalhe, com um pique maior do que muito magrinho sarado.

Atualmente temos avanços nas discussões de repensar os padrões: movimentos pela real beleza, campanhas plus size, mas a verdade é que nada disso seria necessário se fôssemos realmente uma sociedade inclusiva. O que pretendo dialogar é com um modo único e singular de gerir a vida, de entender que sobreviver é muito mais complexo para cada um de nós. Os sonhos são diferentes para cada um. O que para uns é um sonho pode ser um pesadelo para outros. E vice-versa.

É essencial entender que cada um deve seguir o caminho que melhor achar, sem colocar o dedo na cara do outro e dizer o quanto ele é isso ou aquilo, porque não fez o mesmo que você. Deixe de ser um pouco narcísico e seja mais generoso. Pare de ser olhar tanto no espelho e olhe para quem está do seu lado, apenas tentando ficar feliz com a imagem que vê. Você sabe o que é melhor para sua vida. O que pode fazer pelo outro é dar-lhe a mão, se ele pedir. Enquanto isso, seja generoso, olhe profundamente ao seu redor, deixe de fazer afirmativas absolutas. Nenhum de nós sabe nada sobre nada ou tudo sobre tudo.

Eu, sinceramente, descobri que o melhor jeito de ser feliz é viver a minha vida do jeito que eu quero. Minha vida é somente minha e todos os dias agradeço a dádiva de ser eu. Desde que eu parei de pensar sobre o que alguém vai achar sobre mim, de achar que as pessoas merecem qualquer explicação sobre o que faço, visto ou penso, eu passei a ser muito mais feliz. Eu me amo, eu me conheço. E fim.


Eat-me - Carla Pepe


Eat -me 
By Carla Pepe 

Devore-me.
Coma-me.
Não quero romance.
Nem Flores.
Nem Bombons ou qualquer coisa assim.
Quero sexo.
Quero manha.
Quero pegada.
Tua regada rapaz.
Vem com vontade.
Vem com maldade.
Porque não quero gentileza.
Não quero anel.
Não quero cerveja.
Nem promessa.
Nem dispensa.
Nem telefonema.
Te quero de quatro.
Te quero no ato.
Não quero beijo na boca.
Quero que sugue.
Quero que plugue.
Vem para me exaurir.
Me extinguir.
Me comprimir.
Não quero declarações.
Não quero paixões.
Nem quero opiniões.
Quero que me coma.
Mas não deixe sobras.
Porque te quero inteira.
Eat-me.



Sem explicação - Carla Pepe


Sem explicação  
By Carla Pepe 

Ele não sabia explicar o que ela tinha.
Ela era diferente dele em tudo.
Faladeira, ousada, teimosa.
Dava giros de 360 e o deixava maluco.
Mas ainda assim ele não conseguia ficar longe dela.
Ela o fazia perder a cabeça quando girava e rebolava.
Ele mantinha pés firmes no chão.
Ela tinha asas soltas no ar.
Quando eles estavam juntos era pura explosão.
Ele não sabia atinar.
Paixão, tesão, sensação.
Vênus de milo.
Exímia Espanhola.
Caríssima Maria.
Tão sua. Tão nua.
Tão de ninguém.
Ela era assim.
Boca cor de carmim.
E ele sem pensar desde a primeira vez.
Queria apenas tocar.
Entrar.
Desnudar.
Com ela estar.
E fim.






Conto rápido - Carla Pepe

Conto rápido
By Carla Pepe


Todos diziam que ela era mulher de verdade, mas ela cansou. Preferiu virar mulher de mentira, de fantasia e foi. Jogou-se no mundo e viveu todas as fantasias que foi possível viver. 
Foi marinheira, havaiana, colombina, espanhola, concubina, jardineira e até baianinha. De tudo experimentou e os olhos revirou.
Foi mulher da vida, guerreira vivida. Enfim, descobriu que a para ser mulher verdadeira, não precisa ser Jane, Gorila ou Mortiça. Pode ser ela mesma: gentil bailarina ou mesmo forte dançarina. Basta saber que para vida ser bem vivida é preciso encarar com alegria, ousadia e purpurina todos os bailes que virão.



Abra-se - Carla Pepe

Abra-se
By Carla Pepe
Abra-se
Olhos e mente aberta
Você é linda
Livre e leve.
Borboleta que saiu do ninho
Fêmea que sabe o que quer
Despudore-se
Liberte-se dos freios
Que te impõem
Dos padrões que te supõem
Seja você !
Tua alma e diamante
Seja leve
Porque a vida e perene
E você merece ser inteira
E não metade do que é.
Desnude-se
Perca o medo de se enxergar
As celulites, as gorduras
Estão lá.
Mas você é maior do que elas.
É seios, bunda, sexo.
É inteligência, ousadia, um nexo.
Você é totalmente demais.
Feita para voar.
Não deixe que lhe prendam no chão.



Alivio - Carla Pepe

Alivio
By Carla Pepe
Ela se tocava vendo ele de longe. Imaginava como seria novamente beijar sua boca, sentir seu hálito, sua língua percorrendo seu corpo. Os dedos dela iam acariciando sua pélvis lembrando do toque dele. Das mãos que ela queria em seu corpo. Num movimento cadenciado ela ia e vinha com suas mãos. Seus pensamentos só queriam uma pessoa. Naquela noite ela se satisfez consigo mesma, como sua melhor amiga, até o amanhecer.


terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Venha - Carla Pepe




Venha
By Carla Pepe

Venha sem pedir licença
Chegue sem fazer dispensa 
Pegue com vontade
Beije com sofreguidão
Sem complicação.
Eu quero é ebulição
Qualquer dia uma pressão
Venha e não se demore
Que a cama já está aquecida
Sou moça vivida
Venha !



domingo, 17 de janeiro de 2016

Anita - Carla Pepe


Anita 
By Carla Pepe 

Ela foi assim como quem não quer nada, se aproximando dele, numa dança sensual. De lado, ela foi lhe mostrando o quanto o queria. Ele foi ficando enlouquecido. Estavam ali no meio de uma festa e a morena se esfregando nele sem cerimônia. Ele suava frio, as mãos trêmulas, o membro ficando rígido já sem conseguir disfarçar. E agora? E a morena continua aquela dança, rebolando as cadeiras cheia de malemolência. A saia curta, a blusa decotada, as coxas grossas, tudo nela exalava luxúria. Mas a festa estava cheia e a música eletrônica rolada alta. 

O rapaz era osso duro de roer. Ela sentiu a atração de longe. Gostava das idéias dele, ouvira-o desenvolver suas teses um pouco antes da festa ficar barulhenta. Era isso mais lhe atraía num homem: sua mente. Nem precisava concordar com suas idéias, mas precisava ser inteligente. E hoje ela queria uma rapidinha. Algo causal, fortuito. Queria leva-lo para um canto e deixa-lo encaixa-la. Mas ele parecia nervoso. E agora? 

Deu o golpe final. Foi no ouvido do rapaz e sussurrou a promessa de que lhe sugaria com vontade. O rapaz foi a lua e resolveu não pensar mais em nada,  puxou a morena de jeito e deu-lhe um beijo desses que deixa qualquer mulher sem pensar e já foi colocando a mão procurando a calcinha. E qual foi a surpresa quando nada encontrou. A mulher estava sem calcinha. Afe!!!! Foram em busca do canto mais escondido da festa. Ele a colocou de costas, subiu levemente sua saia e encaixou-lhe o membro já protegido. E ficaram ali na cadência da música, sem se preocuparem com o que estava em volta. As mãos percorriam o corpo dela. A mulher era boa demais e o tinha em suas mãos e ele nem ligava. 

No final, quando eles chegaram ao êxtase ele quis lhe propor continuar o que tinham começado num espaço mais reservado. Ela pega sua bolsa, procura uma caneta, pega sua mão e escreve seu telefone. E diz: "hoje meu tempo era só para uma rapidinha. Tenho que ir. Mas me liga. A gente é bom junto. Meu nome é Anita." 

Ele fica ali estatelado, melecado, de boca aberta, mas sabia que voltaria a ligar para  Anita, morena, volumosa, sem calcinha, de boas rapidinhas, em festas de gente cabeça e música eletrônica. É, essa ele não esqueceria jamais. 





Goze - Carla Pepe



Goze 
By Carla Pepe


Entre em mim.
Possua-me
Com pressa.
Com urgência.
Quero você.
Sentir teu hálito quente
teu beijo pressionando
me arrancando a roupa.
Me deixa nua.
Me faz ser sua.
Por um minuto.
Toma posse de mim.
Por um minuto
Sou tua.
Vem.
Congela.
Vem.
Rebola.
Desce.
Sobe.
Vem.
Explode.
Goze.
Enfim...






quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Des-nude - Carla Pepe



Des-Nude 
By Carla Pepe

Por baixo da face séria
esconde fogo e paixão.
Vontade e desejo.
Calor e ardor.

É mulher fogosa, raivosa.
Quer o prazer, o saber, o querer.
Quer o mundo, o tudo, o pouco.
A amizade, amor, o sabor da vida.

Mas ali, a sós, fica nua.
Vulnerável, dengosa, chorosa.
Tão sua. Tão crua.
É densa que no mergulho afundo de prazer.

A noite com ela é delírio.
De brilho molhado.
O ventre empinado feito oferenda.
Os seios são prenda de quem lhe enfrenta.

Mas ela é dona de si.
É luz reluzente.
Mulher resplandescente.
Goza e é quente.
Santa e também meretriz.

Se quer ela inteira vem sem demora.
Não deixa passar a hora.
Porque ela é fada que no passe de mágica
toma seu fim.



quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Lu - Carla Pepe



Lu 
By Carla Pepe 

Lucimara era empregada de uma casa na zona sul da cidade, todo dia enfrentava um trânsito infernal para ir ao trabalho. Levantava antes do sol sair, pegava trem-metro-ônibus para chegar na casa dos patrões. Trabalhava até o sol se pôr e voltava para sua casa. Mas ela era uma mulher que tinha sempre um sorriso no rosto, um olha sincero e mãos sempre dispostas a ajudar quem precisasse. Nordestina, sempre que podia enviava um dinheirinho para mainha e painho, que já estavam bem velhinhos. Não tinha família aqui. Morava só na sua casinha. Nos finais de semana, gostava de bebericar sua cervejinha e escutar o samba da sua escola preferida. Sentia falta de uma companhia, mas as vezes estava tão cansada que nem percebia o tamanho da sua beleza.

Juarez já tinha visto Lucimara no samba várias vezes, mas ela nem olhava para os lados. A morena era farta nas coxas, na bunda, nos seios. E como sambava gostoso, com a bunda empinada,enquanto bebia sua cerveja. Ela era uma belezura, dessas calejadas da vida. Ele gostava disso, das belezas áridas, que tinham mais do que a superficialidade, que prometiam noites quentes de sexo em que nada seria simples nem previsto. Juarez era um homem complexo, sabia que não era bonito, mas gostava de si mesmo. Tinha inteligência e gostava das coisas boas da vida, inclusive da morena que vinha ao samba todo final de semana.

Naquela sexta feira, Lucimara chegou chateada no samba, seus patrões lhe tinham tratado muito mal. Não era porque era empregada que não era gente. Até o cachorro da casa era melhor tratado do que ela. Aff. Estava cansada dessa vida. Mas naquela noite queria apenas esquecer a sofrência do cotidiano. Sambou até não poder mais. Juarez veio chegando, ela já tinha notado o homem, gostava dele. De vez em quando, eles conversavam. O cabra era bom de papo, inteligente que só. Tinha um corpo com carne para pegar, ela gostava de homem com cérebro, corpo era o de menos. Na cama, tudo se ajeitava. Não tinha frescura, de magro ou gordo. Gostava de homem-macho, que chegava junto e a pegasse de jeito, lhe deixando com as pernas bambas no final do ato.

Juarez nem acreditou que a morena estivesse lhe dando assunto. Já tinham conversado outras vezes, mas naquele dia o papo estava fluindo mais tempo do que normal. E a morena estava lhe dando mole, ele quase estava se beliscando. No final do samba, na hora de ir embora, ele sugere leva-la até em casa, ela então diz na lata: "o que tu acha de irmos a um lugar para ficar mais a vontade?". Juarez nem acreditou na ousadia da morena. Quase ficou sem palavras. Mas claro que disse sim e levou a morena para o melhor quarto do motel mais próximo.

Eles entraram já se beijando com urgência. Juarez pegava nos seios de Lucimara com vontade, deixando a morena pegando fogo. Ela pegou logo no membro do rapaz levando a boca. A mulher sugava que era uma loucura, devagar e rápido, numa cadência quase do melhor samba. E assim foram eles a noite. A imagem da morena de quatro era uma verdadeira obra dos deuses. Ele quase benzeu agradecendo a noite cheia com roliça Lucimara. Noite de quentura. Ela rebolava e queria mais. Ela lhe sugava até o talo e queria mais. Ele lhe rendia as devidas homenagens, até uma espanhola foi possível com a mulher.

No final, ambos apagaram do prazer. Quando ele acordou, a morena já tinha ido. Na cabeceira da cama, um bilhete: "obrigada pela noite de paixão e prazer Juarez. Teremos outras. A conta está paga. Um beijo, Lu."

E lá foi ela rebolando para casa aliviada do estresse fazer seu serviço, agora ia deixar sua casinha um brinco. A noite tinha sido um rebuliço só. Juarez era bom demais. Haveria repeteco. Só não gostava que lhe pagassem as contas, mas ele se acostumaria. Se lhe quisesse, haveria de se acostumar.










segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Dengo, meu bem - Carla Pepe


Dengo, meu bem 
By Carla Pepe

Ela é dengosa
Gosta de beijo na nuca.
de um dengo gostoso.
Beijo molhado.
sabor de pecado.
corpo rasgado.
um quero mais.

Ela é fogosa.
Quer um beijo ousado.
Ali bem devagarinho
que chega juntinho.
deixando animada
e muito ligada
a moça febril.

Ela é manhosa.
Gosta de cama.
de mesa, de chão.
de quatro, de ato.
de beijo bem doce.
de olho no olho.
e uma mão bem forte
no seu peitoril.

Ela é jocosa.
Gosta de sorrir.
Gargalhar.
Depois do tesão.
de beber, relaxar.
de falar bobagens
e ver o sol raiar.

Vem com vontade
que a moça é miragem
para quem não tem atitude.
Vem com ousadia
que a ela é pura ironia
mas se encarar é uma
boa rebeldia.



domingo, 10 de janeiro de 2016

Ela é dessas - Carla Pepe



Ela é dessas
By Carla Pepe 

Ela tem essa coisa de discordar.
De muito pensar.
De sobre tudo versar.
Ela é dessas mulheres que gosta de sexo
Ligado com o cérebro.
Não tem vergonha de sentir tesão
seja numa discussão
seja na sua mão.
Ela é dessas que não fogem do confronto.
Que não tem medo do desaponto.
Nem de ficar sozinha.
Ela sabe se virar.
Mas ela gosta de companhia.
De beijo molhado,
de aperto folgado,
Se você quiser pode chegar,
mas tem que ser boa gente,
pois ela é bem resolvida.
Feminina e inteligente.
E de você ela não precisa,
mas quer muito se achegar.




sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Gracinha - Carla Pepe

Gracinha
By Carla Pepe

Gracinha era uma mulher cheia de graciosidade, não dessas cheias de frescura ou de mimos. Era dessas moças cheias de educação e bondade, que ajuda os idosos, brinca com as crianças, ajuda os adolescentes. Também sabia ser grossa e brava quando precisava ser. Era direta na vida e na alma. Ela não tinha consciência de sua beleza, talvez por fosse daquelas mulheres cuja formosura esteja na inteligência, na simetria, na grandiosidade do seu corpo e do seu coração.

Era uma mulher volumosa, de seios fartos, coxas grossas, bunda grande. Tudo naquela mulher abundava. As pessoas a adoravam. Era uma mulher feliz por si só. Estava sempre de bem com a vida, o que a cansava eram as injustiças, as incertezas, o medo da violência. Mas de resto, encarava com bom humor e alegria, nada durava mais do que uma noite em seu coração.

Naquela noite voltava da reunião do trabalho muito tarde, quando sentiu que estava sendo seguida, apressou o passo, e quem quer que estivesse atrás também apressou. Ela começou a tremer, o coração acelerou, não sabia o que fazer. De repente, uma mão a segura forte, ela dá um grito alto, mas logo reconhece seu vizinho, que esbraveja ,"você não deveria andar sozinha pela rua a essa hora". Ela retruca imediatamente: "E você não deveria seguir as pessoas sorrateiramente. Quase me matou do coração." Ele pergunta se pode ir caminhando ao seu lado até em casa. E vão os dois conversando.

Ela observa ele demoradamente pela primeira vez. Era bonito, dessas belezas brutas, mãos grossas, corpo de homem. Não era desses homens sarados, preferia os imperfeitos. Gostava mesmo das mãos, das mentes, do cheiro. Ele tinha todos os requisitos. Que vontade de sentir o gosto da boca daquele homem. Até aquele dia não tinha reparado na sua presença. Mas agora, ela sentia um calor subir do ventre, uma vontade louca de beijar-lhe a boca, percorrer com suas mãos seu corpo. Era uma mulher quieta, mas tinha suas vontades. E aquele homem inspirava-lhe todas.

Ele era vizinho dela há uns 5 anos e sempre deu uma admirada nela. No entanto, essa noite, pintou algo entre os dois. Ele sentia a tensão, um querer por aquela mulher, beijar sua boca, passa a mão pelos seus seios, suas coxas, sua bunda. De repente, sem que ele se desse conta, ela olha para ele com a boca pintada de roxo e diz "será que posso beijar tua boca? me deu uma vontade de fazer isso agora." Ele fica mudo, sem ação ou qualquer reação. E antes que ele respondesse, ela tasca-lhe um beijo na boca e ele, é claro, corresponde.

Eles ficam ali no meio da rua na maior pegação. As mãos de ambos percorriam os corpos ardendo de desejo. Até que ela desceu pelo seu corpo e, no canto escuro da rua, ela sugou-lhe o conteúdo quente. Ele foi a lua, nunca tinha estado com uma mulher daquelas. Gracinha, mil vezes graciosa. E ele também deu-lhe prazer que ela não tinha imaginado. E assim ficaram os dois perdidos numa noite para lá de quente. Ele queria estender o encontro para ficar com ela até de manhã. Porém, Gracinha, firme, disse para ele "querido não faltarão oportunidades de estarmos juntos. Hoje estou cansada. Quero ir para casa, tomar uma cerveja e deitar. Mas amanhã, se você quiser, bebemos uma gelada juntos na minha casa, que tal?"

E lá foi subindo Gracinha, graciosa, mulher decidida, ousada, direta, entendida, firme naquilo que queria.







quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Para onde você vai, moça? - Carla Pepe



Para onde você vai, moça? 
By Carla Pepe 

Tu vai para onde moça assim com tanta pressa?
Não sei, ela respondeu, só sei que que caminho.
É importante saber para onde se vai.
Disse ele, de forma calma.
Ela parou por instantes com cara de quem estava pensando no que ele dizia
Sentou. E ficou ali.
Saber para onde se vai é mais importante do que o caminho por onde se anda.
Retrucou ele novamente, agora com voz firme.
Ela reconheceu em seu coração que não sabia bem para onde ia.
Talvez fosse melhor parar um pouco.
Andar com tanta pressa sem saber para onde ia estava lhe deixando cansada.
E ali ficaram os dois a conversar.
E falaram até o anoitecer.
E partilharam do pão e do vinho.
Quando o dia amanheceu, a moça tinha em seu coração
a resposta que procurava, sabia aonde queria ir.
O caminho agora era o que menos importava.
Pois sabia para onde ir.
E sabia que encontraria boas companhias que lhe questionariam,
provocariam, talvez até lhe fizessem parar um pouco,
calar um pouco,
chorar um pouco,
sorrir um pouco.
Mas agora, ela sabia aonde queria chegar.







terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Dias sem sorriso - Carla Pepe


Dias sem sorriso
By Carla Pepe

Há dias sem sorriso
Dias de solidão densa
Dias de chuva interna
De calamidade silenciosa.

Há dias de se entender movimentos
Não os exteriores,
dos carros que passam,
das crianças que gritam,
das mulheres que berram.
Mas do coração que lateja.

Há dias de se conhecer a fome
A fome de dignidade,
De respeito;
De dar-se a conhecer
E ser reconhecido.

Há dias de silenciar o óbvio
de falar sem nada dizer.
de ouvir sem nada escutar.
de sentir sem conseguir ver.
Mas de no meio da multidão,
ver a cor.

Para esses dias o  remédio
é simplesmente saber que
um novo dia virá.
E com ele, as possibilidade de
de agir,
de mudar,
de seguir,
de enfim, voltar a sorrir.




segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Senhora da vida - Carla Pepe



Senhora da vida  
By Carla Pepe 

Ela ainda se entrega
E acredita.
Tem fé na vida.
Confia que é bonita, como disse o poeta.

As vezes ela quebra a cara
Se sente dobrada.
Nessas horas, deita, se cansa.
E chora as lágrimas da fé que tinha
em quem ama.

Mas logo, logo ela levanta
E segue na dança
Pois, na vida é senhora de agora.
Com os olhos sinceros, ela encara
de frente o descrente.

Descobre que continua amando a vida
E espera que o amanhã lhe traga
melhores ventos e sons.
Para seguir na dança...







domingo, 3 de janeiro de 2016

Miragem - Carla Pepe

Miragem
By Carla Pepe

Hoje te vi.
Nem de longe, nem de perto.
Olhei.
Te enxerguei.
Quem realmente você é.
E te amei.
sem me cegar,
sem sair do meu lugar.
Ao te enxergar, enfim,
achei que fosse o fim...
Mas não...foi o começo.
Começo do horizonte, do chão.
Criação de nova utopia, minha imaginação.
Eras antes miragem.
Agora é realidade, não é ilusão.
Sou eu, mulher criada, agora enfim enxergada.
Na descoberta de mim mesma, 
Deixei de ser espera para ser real. 



Teu riso - Carla Pepe

Teu riso
By Carla Pepe
Teu riso clareia noite escura 
Traz vida de volta ao coração
Teu riso é fonte de vida.
Teu riso é claro, límpido e suave
Mas também furacão e forte tempestade.
Quero ser o motivo do teu riso.
Quero teu riso na intimidade.
Esse teu riso é pura sensualidade.
Teu riso tem sabor de liberdade.
Morena esse teu riso
Me paralisa
Me imobiliza
Me endurece
Me enrijece.
Vem morena vem
Sorrir para mim
Só para mim
Deixa o dia ter fim
Enfim...